Pintor, jornalista, teatrólogo, escritor, caricaturista, e o pai do Menino Maluquinho. Ziraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. O nome é resultado da junção dos pais Zizinha e Geraldo. Estudou dois anos no Rio de Janeiro e se formou em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. No entanto, outros talentos já eram demonstrados desde a infância. Com apenas seis anos de idade, teve um desenho publicado no jornal Folha de Minas.
Começou a carreira nos anos 1950 em jornais e revistas, como Jornal do Brasil, O Cruzeiro e Folha de Minas. O Rio de Janeiro sediava as maiores revistas do país, o que levou Ziraldo a se mudar para a capital fluminense, em 1957.
Em entrevista à CBN, em 2009, Ziraldo revelou seu amor pela cidade.
Aqui que eu fiz a minha revistinha do Saci Pererê, aqui que eu fiz o Pasquim, aqui que eu fiz a Bundas. Meu Deus, tudo eu fiz aqui. Por mais que eu ame Caratinga, a minha cidade que eu nasci, o Rio é a minha terra. Eu sou mineiro ou carioca. Continuo ligado à minha cidade natal, mas minha história é carioca.
O sucesso veio na década de 60, com o lançamento da primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor: A Turma do Pererê.
Turma do Pererê — Foto: Divulgação
A partir daí, se tornou um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil. Durante a Ditadura Militar, Ziraldo fundou, com outros humoristas, O Pasquim – um jornal não-conformista que fez escola. O Menino Maluquinho, um dos maiores fenômenos editoriais de todos os tempos no Brasil, foi publicado em 1980. O livro já foi adaptado para teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame, Internet e cinema. Em entrevista à editora Saraiva, em 2009, Ziraldo explica como tomou a decisão de entrar na literatura infantil.
Quando eu virei autor para criança, eu saí andando pelo Brasil, transformando a minha razão de viver em vender o livro como um gênero de primeira necessidade. O Brasil não é um país de história letrada. Como é que você alimenta a alma? É com o livro. O livro é o alimento da alma.
Ziraldo foi um dos fundadores da Banda de Ipanema. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Nobel Internacional do Humor, em 1969, o Prêmio Ibero-Americano de Humor Gráfico, em 2008, e o Prêmio Jabuti de Leitura em 2012. Seus trabalhos já foram traduzidos para diversos idiomas, como inglês, espanhol, alemão, francês, italiano e basco. Ziraldo deixa três filhos: a cineasta Daniela Thomas, a diretora Fabrizia Pinto e o compositor Antonio Pinto.