Para usar um pouco de gíria, tacaram fogo no parquinho latino-americano nesta quarta-feira (27).
Presidentes de alguns dos principais países da região atracaram-se em violências verbais. Teve o tradicional direita contra esquerda, entre Argentina e México. Mas também esquerda contra esquerda, envolvendo Venezuela e Colômbia.
O Brasil também faz parte do show, criticando a Venezuela e sendo criticado por ela.
O pano de fundo para os desentendimentos não é só o que cada um acha do governo do outro. Mas, principalmente, como cada um enxerga seu papel na situação internacional. E suas possíveis alianças.
É neste ponto que a situação se complica do ponto de vista brasileiro. Geografia e tamanho da economia sugerem que o Brasil deveria ter grande influência sobretudo na América do Sul. Não é o que acontece. Não só Caracas e Buenos Aires parecem dar pouca bola para o Brasil.
Não há muita gente preocupada em outras chancelarias latino-americanas com o que se pensa em Brasília. É difícil imaginar hoje que qualquer organização regional — e o Brasil apostou em várias — possa se reunir e chegar a consensos de aplicação prática sobre qualquer assunto.
O governo brasileiro se orgulha de praticar o que chama de política externa ativa e altiva. Seria melhor ainda se tivesse mais influência.