O ex-ministro das Relações Exteriores e atual assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto ainda afirmou que situação deve ser resolvida sem ‘interferências extraregionais’.
O assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, disse nesta sexta-feira (2) que o impasse em torno das eleições na Venezuela deve ser resolvido entre os países latino-americanos. Em entrevista à CNN, o ex-ministro das Relações Exteriores e principal interlocutor de Lula para a política externa, disse que a situação deve ser resolvida sem “interferências extraregionais”. Ele não citou diretamente países como os Estados Unidos, que veem liderando uma oposição ao resultado do pleito.
Além disso, Amorim disse que o possível reconhecimento da vitória de Nicolás Maduro pela Suprema Corte da Venezuela não vai garantir um aceite imediato da decisão por parte do Brasil. Ele ainda falou em parcimônia e da necessidade de manutenção da paz social na Venezuela.
“Acho que temos de conversar e encontrar uma solução pacífica e ter uma noção mais clara do que aconteceu. Até hoje, as atas não foram distribuídas. Por outro lado, os dados da oposição são informações, se baseiam em contagem de boca de urna”, declarou.
Em crítica velada aos Estados Unidos, Amorim indicou que o Brasil não pretende seguir o caminho dos norte-americanos, que condenaram o resultado das eleições e já declararam vencedor o candidato da oposição, Edmundo González.
O Brasil não reconheceu a vitória de Maduro, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral, e pede a divulgação das atas de votação.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu aprovar resolução pedindo que Venezuela publicasse imediatamente as atas das eleições realizadas no último domingo. Onze países se abstiveram, incluindo Brasil e Colômbia, e o México se ausentou.
Os presidentes Lula, Gustavo Petro e Lopez Obrador conversaram na última quinta e formularam uma nota conjunta pedindo que os boletins de urna mostrem uma averiguação imparcial e transparente.