O ganhador do Nobel, Muhammad Yunus, e outros 13 foram indiciados por um tribunal de Bangladesh na quarta-feira (12) por acusações de desvio de 252,2 milhões de Taka (equivalente a 2 milhões de dólares) do fundo de bem-estar dos trabalhadores de sua empresa de telecomunicações.
Yunus, de 83 anos, e seu Grameen Bank ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2006 por trabalhar para tirar milhões da pobreza, concedendo pequenos empréstimos de menos de 100 dólares para os pobres rurais de Bangladesh, pioneiros em um movimento global agora conhecido como microcrédito.
A acusação alega que Yunus e os outros desviaram 252,2 milhões de Taka do fundo de bem-estar da Grameen Telecom, que detém uma participação de 34,2% na Grameenphone, a maior empresa de telefonia móvel do país e uma subsidiária da gigante de telecomunicações da Noruega Telenor TEL.OL. Eles também são acusados de lavagem de dinheiro.
Yunus negou qualquer envolvimento em corrupção, dizendo aos repórteres que ele e seus colegas de trabalho estavam sendo assediados pelas autoridades.
O juiz especial Syed Arafat Hossain rejeitou os pedidos para que as acusações fossem retiradas, dizendo que a promotoria havia demonstrado preliminarmente a apropriação indevida de fundos e as transferências ilegais de dinheiro para o exterior.
O julgamento começará em 15 de julho, disse ele.
Em janeiro, Yunus foi condenado a seis meses de prisão por violações da lei do trabalho, o que ele negou.
Embora não esteja preso após conseguir fiança nesse caso, Yunus enfrenta mais de 100 casos relacionados a violações e acusações de corrupção, que ele disse em uma entrevista à Reuters na semana passada serem “histórias muito frágeis e inventadas”.
Durante a entrevista, Yunus disse que Bangladesh se transformou em um estado de “partido único” à medida que o partido governante elimina a concorrência política. O governo negou suas alegações sobre os casos e o estilo de governo.