O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, fez, nesta segunda-feira (20), novas acusações contra Rocío San Miguel, a presidente de ONG detida desde 8 de fevereiro.
Presa sob a acusação de traição e conspiração, San Miguel agora foi acusada de fornecer informações sensíveis a diplomatas de quatro países estrangeiros.
Em coletiva de imprensa, Saab disse, sem apresentar provas, que San Miguel manteve reuniões com funcionários europeus para fornecer informações sobre os sistemas de defesa aérea da Venezuela.
“Por que ela se encontraria com o representante de uma superpotência europeia? Essa informação é confidencial e foi compartilhada com pelo menos uma potência estrangeira”, disse Saab.
“Temos evidências de reuniões semelhantes com pelo menos três outras potências estrangeiras”, acrescentou.
Ele afirmou também que o comportamento de San Miguel se assemelhava mais ao de uma espiã do que ao de uma defensora dos direitos humanos.
A ativista ainda foi acusada de supostamente receber pagamentos em dinheiro de uma empresa petrolífera estrangeira.
San Miguel já negou acusações de traição e conspiração. O seu advogado, Joel García, disse nesta segunda-feira à CNN que as recentes acusações “fazem parte de todo este andaime de mentiras, de censura, de ataque a uma voz dissidente”.
“Uma ONG de direitos humanos sempre mantém relações com embaixadas, como todas as ONGs”, disse García, acrescentando: “Reunir-se com uma delegação diplomática não significa que você seja um espião, porque as relações diplomáticas são diplomáticas”.
Nos últimos dias, várias instituições multilaterais e países estrangeiros manifestaram o seu repúdio à prisão de San Miguel, uma proeminente ativista e fundadora da Control Ciudadano, uma ONG com sede em Caracas que investiga as forças armadas venezuelanas.
García disse que sua cliente foi detida no Helicoide, sede do serviço de inteligência que funciona como centro de detenção de presos políticos em Caracas.
Na semana passada, a Casa Branca disse estar “profundamente preocupada” com a prisão de San Miguel.
Na quinta-feira passada, a Venezuela expulsou funcionários da missão local do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos depois da agência ter manifestado preocupação com a detenção de San Miguel, segundo uma fonte da ONU familiarizada com o assunto.
Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.
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