O valor médio das mensalidades de cursos superiores no Brasil é de R$ 1.067, número 16,7% menor do que no ano passado, de acordo com um estudo do Instituto Semesp, divulgado nesta segunda-feira (25). O cálculo não considera a graduação em medicina, que têm mensalidade média quase dez vezes maior (R$ 10.156). A pesquisa revelou também uma retomada da modalidade presencial, que teve alta de 4,7% nas matrículas em relação a 2023.
O levantamento mostrou que o valor médio dos cursos superiores presenciais é de R$ 1.132 por mês, mais de três vezes maior do que dos cursos a distância, conhecidos pela sigla EAD, com mensalidade média de R$ 348.
Nas instituições com mais de sete mil alunos, os cursos são mais baratos, identificou o estudo. O dado “sinaliza que as IES [instituições de ensino superior] maiores conseguem ofertar preços mais competitivos”, afirmou a organização responsável pela pesquisa, em nota.
Outro achado é que as instituições sem fins lucrativos, como as mantidas por denominações religiosas, têm mensalidades maiores do que as privadas. Dos cursos presenciais, medicina tem a média de preço mais cara por mês (R$ 10.156). Em segundo lugar, está medicina veterinária (R$ 2.423), seguida por odontologia (R$ 2.153).
Os cursos presenciais mais procurados têm valores menores. Estudar administração custa, em média, R$ 930 mensais, enquanto a mensalidade média dos cursos de direito é de R$ 1.141. Na modalidade a distância, os valores são ainda mais baixos: as faculdades de pedagogia, com mensalidade de R$ 301, e de administração, que custa R$ 333 mensais, são as que têm mais estudantes, segundo o estudo.
Sobre esses valores, há ainda os chamados “descontos de pontualidade”, concedidos por 29,2% das instituições de ensino superior que ofertam cursos presenciais e por 28,9% das que ofertam a modalidade a distância. Essas deduções valem para quem paga as mensalidades até o vencimento e servem para atrair estudantes, segundo os pesquisadores.
A pesquisa, realizada entre fevereiro e março de 2024, mostrou também uma retomada da modalidade presencial, que sofreu com a pandemia de Covid-19.
Das faculdades no país, 52,2% tiveram aumento de estudantes em cursos presenciais neste ano em comparação a 2023. O crescimento médio, considerando essas instituições, ficou em 4,7%.
Lúcia Teixeira, presidente do Instituto Semesp, responsável pelo estudo, criticou a queda nos preços dos cursos superiores. Para ela, essa baixa compromete a qualidade do ensino.
“A redução nos valores das mensalidades para a captação de alunos coloca em risco o próprio futuro do setor. Além disso, a reputação de uma instituição é fundamental para a captação de alunos e tem peso considerável na escolha do estudante”, afirmou.