Os ministros da Educação equilibram múltiplas exigências durante curtos mandatos, aponta a Unesco. Análise feita pelo organismo internacional dedicado à educação e cultura mostra o tempo médio no cargo é de 2 anos e 3 meses. Em países classificados como democráticos, o tempo médio de permanência é ainda menor: 1 ano e 11 meses. No Brasil, somente no governo Jair Bolsonaro, foram quatro diferentes titulares da Pasta, e um quarto não chegou a ser empossado por fraude no currículo.
O levantamento tem como base 1.412 ministros da Educação em países integrantes da Unesco desde 2010. A probabilidade de sobrevivência como ministro da educação é de 79% em um ano, 49% em dois anos e 33% em três anos.
O diretor do relatório de Monitoramento Global da Educação (GEM), Manos Antoninis, destaca que a rotatividade dificulta a continuidade de políticas educacionais.
Segundo o relatório, os governos precisam criar políticas que promovam a autonomia escolar, a meritocracia na seleção de diretores e o investimento em formação para líderes escolares. Na mesma linha, nessa quarta-feira, o ministro Camilo Santana anunciou que o MEC está consultando estados e prefeituras para a preparação de um concurso nacional unificado para seleção de professores.
A Unesco ainda aponta que os diretores líderes devem abrir mão do controle excessivo das equipes, assim como a comunidade precisa estar engajada na vida escolar.
Em maio, o Ministério da Educação lançou o Programa de Formação Continuada para Diretores Escolares e Técnicos das Secretarias de Educação (Proditec). O programa tem a finalidade de aprimorar a gestão administrativa, financeira e pedagógica das escolas públicas.
A repórter Samantha Klein viajou a convite do MEC e da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura.