Entidades de Direitos Humanos apontam o político como responsável pela “violência policial contra pessoas negras e pobres” durante a Operação Verão, na Baixada Santista, no litoral sul paulista.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, minimizou a denúncia que foi feita contra ele por entidades de Direitos Humanos na ONU. Elas apontam o político como responsável pela “violência policial contra pessoas negras e pobres” durante a Operação Verão, na Baixada Santista, no litoral sul paulista.
A operação policial já deixou ao menos 39 mortos na região. O governador negou excessos da polícia:
“E parece que a gente quer que o Brasil realmente vire uma ‘máfia Estado’. Porque quando há esse enfrentamento: ‘oh meu Deus, puxa vida, estou enfrentando o crime’. E a gente vê cada bobagem do que é falado. Não, a gente está fazendo o que é correto. Nós vamos continuar fazendo o que é correto. Não tem bandido na polícia. E, quando tem, quando tem excesso, esse excesso vai ser punido exemplarmente. Tem muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no ‘raio que o parta’ que eu tô nem aí”, afirmou.
Essa é a primeira vez que Tarcísio é implicado diretamente em uma denúncia feita ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A Diretora-Executiva da Conectas Direitos Humanos, Camila Asano, é uma das responsáveis pela denúncia:
“É inadmissível que o governo de São Paulo esteja promovendo uma das mais letais operações policiais da história do nosso estado. Esperamos que o Conselho de Direitos Humanos da ONU reforce as cobranças por imediata interrupção das mortes. Também cobre pelo uso das câmeras nos uniformes dos policiais que podem salvar vidas e prevenir violência. Que a ONU acompanhe e peça uma investigação de forma independente das mortes e responsabilização dos agentes e autoridades da cadeia de comando”, cobra.
O governo estadual já tinha sido denunciado às Nações Unidas por causa da atuação policial no litoral. O governador também negou que policiais estejam prejudicando a cena das mortes.
Corpos retirados pelo SAMU
O Ministério Público vai investigar as denúncias de que os corpos estejam sendo retirados das cenas e levadas pelo SAMU como se os mortos ainda estivessem vivos para hospitais da Baixada Santista.
O ato dificulta o trabalho da perícia no local da morte. O Samu só pode fazer o resgate de pessoas vivas.
Os casos foram revelados pelo g1 e TV Globo, que mostrou relatos de funcionários da saúde de Santos.
O governador negou que os relatos sejam verdade e disse que não houve denúncia dessa prática.