Interlocutores do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negam que ele vá para o PL nesse momento. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que durante um jantar, há um mês, Tarcisio teria dado a entender que a mudança de partido ocorreria em junho. Há alguns meses, Tarcisio ameaçou deixar o Republicanos, sua atual sigla, caso a legenda passasse a integrar a base de Lula.
Na avaliação dos aliados do governador de São Paulo, não há nenhum movimento de migrar de partido por parte de Tarcísio. O que há nesse momento, segundo eles, é uma pressão por parte de Valdemar Costa, que quer “um novo produto para vender”, para atrair mais prefeitos para o PL, para fortalecer as coligações nas cidades.
Eles dizem ainda que a “pressão” para que Tarcísio anuncie oficialmente a troca de sigla não vai funcionar, pois governador de São Paulo não deve fazer isso agora. Inclusive, em entrevista À CNN, o proprio Tarcisio negou a informação de Valdemar. Ele disse que não há esse movimento.
Membros do Republicanos afirmam que Tarcisio não comunicou a ninguém sobre a própria saída. Eles também avaliam uma ofensiva por parte de Valdemar, especialmente porque ele falou isso abertamente.
Tarcisio é ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro. E é apontado como possível candidato do ex-presidente nas eleições de 2026, já que Bolsonaro está inelegível. Desde que o governo de São Paulo, Tarcísio tem tentado se equilibrar entre acenos à base bolsonarista e a tentativa de se apresentar como moderado em relação à extrema-direita.
Como a mudança de Tarcisio no PL pode interferir na eleição da Câmara?
Essa mudança poderia ser positiva para o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que é pré-candidato a presidência da Câmara dos Deputados. Os dirigentes do Republicanos dizem o seguinte: se Tarcisio for para o PL, fica mais fácil do Marcos conseguir o apoio do Planalto porque o governo HOJE vê dificuldade em apoiar um candidato que faça parte do partido de Tarcisío, já que o governador de São Paulo pode disputar a presidência contra Lula ou contra outra pessoa apoiada pelo governo em 2026
Até agora, o candidato número um do Planalto é o líder do PSD, Antonio Brito. Marcos Pereira, na avaliação dos próprios dirigentes, aparece como número dois. Mas essa saída de Tarcísio pode interferir na decisão de Lula.
A eleição para os comandos da Câmara e do Senado só devem acontecer fevereiro de 2025, mas as articulações já começaram nas duas Casas.