Um homem foi preso suspeito de usar um equipamento clandestino que causou interferência em mais de 20 voos em apenas três dias, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A prisão ocorreu após uma operação conjunta da Anatel e da Polícia Militar. O equipamento estava gerando prejuízos à navegação aérea e às operações de segurança pública na região. Segundo a Anatel, as aeronaves perderam o sinal de GPS ao sobrevoar a área e foram forçadas a realizar pousos.
Uma operação conjunta da Anatel e da Polícia Militar de Minas Gerais identificou que 21 aeronaves perderam o sinal de GPS devido à interferência provocada por um bloqueador de sinal instalado no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A ação foi desencadeada após uma série de incidentes envolvendo problemas com o GPS de aeronaves sobrevoando a capital mineira e a Região Metropolitana.
A investigação teve início após a empresa Nav Brasil, responsável pela gestão dos serviços de navegação aérea do Aeroporto da Pampulha, comunicar oficialmente à Gerência Regional da Anatel em Minas Gerais sobre os incidentes com características semelhantes.
De acordo com a Anatel, entre os dias 17 e 21 de janeiro, as 21 aeronaves perderam o sinal de GPS enquanto sobrevoavam o perímetro do aeroporto, sendo forçadas a realizar pousos por instrumentos. No dia seguinte, 22 de janeiro, a Polícia Militar solicitou apoio da agência após reportar falhas recorrentes no sinal de GPS durante o uso de drones em atividades de monitoramento na região.
Com base nos relatos, a Anatel mobilizou duas equipes de fiscalização para uma operação nessa sexta-feira. Em parceria com a Polícia Militar, os fiscais detectaram um sinal na faixa de uso do GPS na área. A partir de análises técnicas, o suspeito foi localizado em uma residência no alto do Aglomerado da Serra, uma região sem barreiras que facilitava a ação criminosa.
O bloqueador de sinal foi desativado e apreendido, e o suspeito responsável pela instalação do dispositivo foi preso em flagrante. Ele foi conduzido à sede da Polícia Federal. Segundo a Anatel, ele poderá responder por infrações como uso não autorizado de radiofrequência, uso de produto não homologado pela agência e interferência prejudicial à segurança aérea e às operações de segurança pública.
O uso de bloqueadores de sinal sem autorização é proibido pela legislação brasileira, e a instalação desses dispositivos sem permissão da Anatel é considerada crime, com pena de detenção de dois a quatro anos, conforme a Lei Geral de Telecomunicações.
A CBN entrou em contato com a Polícia Federal e aguarda um posicionamento sobre a situação do suspeito.