A psicóloga suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado no Rio deve prestar um novo depoimento à polícia e colaborar com as investigações. A informação foi confirmada à CBN pela advogada Hortência Menezes, que representa Júlia Andrade Cathermol Pimenta. Segundo a defensora, a cliente vai colaborar “de todas as formas possíveis”. Ainda não há data para que Júlia fale novamente aos investigadores.
A mulher ficou em silêncio na primeira tentativa de depoimento, na última quarta-feira, quando se entregou aos investigadores. A advogada pontuou, na ocasião, que ainda estava buscando acesso aos autos do processo e se inteirando do caso.
O depoimento de Júlia é considerado fundamental para os investigadores, que querem entender a dinâmica do crime e como Júlia foi influenciada pela guia espiritual Suyany Breschak, que se apresenta como cigana. Suyany é considerada, hoje, a principal suspeita de ser mandante e arquiteta da morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, de 44 anos. Suyany está presa, assim como Júlia Cathermol.
Nesta quinta-feira, a Polícia Civil ouviu mais três depoimentos no caso. Uma das testemunhas afirmou que sabe a motivação do crime, mas que estava sendo ameaçada pelos familiares de Suyany Breschak. Apesar disso, deu detalhes à polícia do que sabia e uma investigação paralela está em curso para checar as informações apresentadas.
Outra pessoa ouvida é um ex-namorado de Suyany, que chegou a receber dela bens que foram repassados por Júlia, como um carro do empresário, por exemplo. O homem foi preso por receptação, mas pagou fiança e vai responder em liberdade.
Próximos passos das investigações
Agora, a polícia se concentra em tentar entender o papel de cada personagem na dinâmica do crime. Neste momento, a principal suspeita é de que Suyany, que é guia espiritual de Júlia há mais de dez anos, teria uma forte influência sobre as ações da mulher. Ela teria planejado o crime, a princípio, apenas com motivação financeira, e deu instruções à Júlia de qual remédio comprar e usar.
A ideia da polícia é ouvir novas testemunhas e esperar respaldos técnicos. Os investigadores querem entender qual quantidade de medicamento seria necessária para causar a morte de uma pessoa. Um exame realizado pelo Instituto Médico-Legal encontrou morfina no estômago do empresário, além de traços de medicamentos ansiolíticos com efeito calmante.
Outro ponto é encontrar bens do empresário Luiz Marcelo que desapareceram, em especial as armas que ele possuía na casa, que podem ter sido vendidas por Suyany.
O que dizem as defesas
A defesa de Júlia Cathermol declarou que não descarta transtorno mental da cliente e admite que ela está em uma posição “difícil e complicada”. Já o advogado de Suyane Breschak negou que ela tenha sido mentora do crime.