Érika Souza, mulher que levou o tio a uma agência bancária, deixou a cadeia no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, nessa tarde. Ela estava presa preventivamente desde o dia 16 de abril.
Nesta quinta-feira (2), a Justiça do Rio tinha determinado que Erika fosse solta para responder em liberdade. Na mesma decisão, o Tribunal também aceitou a denúncia do Ministério Público contra Erika e tornou a mulher ré por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude.
A juíza Luciana Mocco, da 2ª Vara Criminal da Regional de Bangu, concordou com os argumentos apresentados pela defesa de que a manutenção da prisão seria uma medida extrema, já que Erika é ré primária, tem residência fixa e possui saúde mental debilitada.
Para a magistrada, Erika também não apresenta periculosidade que possa prejudicar as investigações ou a ordem pública. Apesar de concordar que o caso tem grande clamor público, ela pontua que isso, por si só, não é razão suficiente para manter a prisão preventiva.
A juíza estabeleceu algumas medidas cautelares, sendo elas: o comparecimento mensal ao cartório, para informar e justificar as atividades de Erika ou eventual alteração de endereço; que a defesa informe periodicamente sobre os tratamentos de saúde mental e, em caso de internação, informe o tribunal; e, por fim, a proibição de que Erika saia do Rio de Janeiro por mais de sete dias, sem autorização da Justiça.
Na denúncia, apresentada pelo MP, nesta quarta-feira, a promotora de Justiça Débora Martins Moreira destacou que Érika demonstrou “desprezo e desrespeito” pelo idoso, de forma consciente, ao levá-lo morto para sacar o dinheiro.
O MP ainda analisa se vai apresentar denúncia por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, acusação incluída no inquérito pela Polícia Civil na terça-feira (30). Os investigadores afirmam que a sobrinha sabia que Paulo Roberto Braga já estava morto e que houve uma “gritante omissão de socorro”, porque, mesmo sabendo que a vida do tio corria risco, ela decidiu ir ao shopping e depois ao banco.