Um reservista militar israelense que sobreviveu ao massacre do Hamas no festival Nova foi aclamado como um “herói” pelo ministro da segurança do país após confrontar dois homens armados por trás do ataque a tiros e facadas, na terça-feira (1º), em Tel Aviv.
Sete pessoas morreram e 16 ficaram feridas no ataque no Boulevard Jerusalém, em Jaffa, um bairro portuário no sul de Tel Aviv, de acordo com a polícia israelense.
O incidente aconteceu poucos minutos antes de o Irã lançar uma saraivada de cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel, seu maior ataque desse tipo, fazendo com que sirenes soassem por todo o país e moradores corressem para abrigos antiaéreos.
O vídeo postado online mostrou Lev Kreitman, que serviu seis meses como reservista com o exército israelense na Faixa de Gaza, atirando contra um alvo desconhecido antes de fugir.
A filmagem foi feita de um prédio próximo em Jaffa e parece mostrar Kreitman vestindo uma camisa rosa, shorts brancos e chinelos.
Em outro vídeo, Kreitman foi visto caminhando ao fundo entre soldados israelenses que estavam no local do ataque.
Em declarações à afiliada da CNN Canal 11, Kreitman disse que estava carregando sua arma pessoal depois de seu tempo nas Forças de Defesa de Israel (FDI).
Relembrando o incidente de terça-feira, ele disse que avistou o que descreveu como “dois terroristas”, um deles se movendo em sua direção.
“O outro vai para outro lugar, corre para outro lugar, e eu estou aqui, bem onde estamos, eu o surpreendi de lado, atire”, disse Kreitman, acrescentando que entendeu imediatamente que era um ataque.
“Tentei fazer o meu melhor naquela situação muito louca, em meio a alarmes, mísseis e interceptações no céu”, disse ele.
Kreitman sobreviveu ao ataque do Hamas ao festival de música Nova em 7 de outubro. O festival de trance no deserto de Negev, no sul de Israel, foi um dos alvos da fúria do grupo militante, na qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 250 sequestradas e levadas para Gaza.
A guerra de Israel contra o Hamas em Gaza matou mais de 41.000 pessoas, criou uma catástrofe humanitária e deixou grande parte do enclave palestino em ruínas.
A polícia disse nesta quarta-feira (2) que dois homens armados começaram sua “onda de matança” abrindo fogo contra passageiros a bordo de um vagão de trem leve que havia parado em uma estação em Jaffa. Eles então continuaram o ataque a pé no Jerusalem Boulevard, de acordo com a polícia.
Os atacantes foram parados por forças de segurança e civis que usaram armas pessoais, acrescentou a polícia. “Eles tinham uma arma do tipo M-16, cartuchos e uma faca em sua posse”, disse a polícia em um comunicado.
Médicos disseram que trataram vítimas em vários locais no Jerusalem Boulevard, incluindo perto de trilhos de trem, na rua, em uma sinagoga e em um açougue. Os feridos foram levados para hospitais enquanto alarmes de ataque aéreo soavam na região e em todo Israel.
Autoridades israelenses identificaram os atiradores como Muhammad Mask, de 19 anos, que foi morto no local, e Ahmed Himoni, de 25, que ficou gravemente ferido. A polícia disse que a dupla era residente de Hebron, uma cidade palestina na Cisjordânia ocupada.
Mais tarde, o Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Após o incidente, a Agência de Segurança de Israel e as forças das FDI prenderam vários suspeitos acusados de ajudar os homens armados a comprar armas e entrar em Israel, de acordo com a polícia.
Em uma publicação no X, o Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, chamou Kreitman de “herói que neutralizou o ataque” em Jaffa e agiu “bravamente” no ataque de 7 de outubro, pois “salvou muitas pessoas”. Ben-Gvir pediu que mais israelenses se armassem.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque de terça-feira e enviou condolências às famílias dos mortos.
(Abeer Salman e Lauren Izso, da CNN, contribuíram com a reportagem)
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