A última redução da taxa básica de juros ocorreu em maio.
Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira, manter em 10,5% a taxa básica de juros da economia brasileira. Esta é a segunda vez consecutiva em que os diretores mantiveram a Selic no mesmo patamar. Após uma série de sete reduções consecutiva, o Copom mantém a taxa no mesmo valor desde maio e indica um tom mais “vigilante” no comunicado.
O Comitê destacou que o cenário global incerto e o ambiente doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam “acompanhamento diligente e ainda maior cautela”. No texto, o Copom informa que “se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. As pesquisas com economistas do mercado (boletim Focus do BC) apontam para inflação de 4,1% ao final de 2024.
O Copom indica que a Selic não deverá voltar a subir ainda neste ano, mas sinaliza para a possibilidade a partir de 2025 em caso de subida da inflação. O comunicado cita as incertezas externas e o aquecimento da economia por conta do mercado de trabalho no país. Nessa quarta, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no país é de 6,9% em junho, o que contribui para o aumento da inflação.
O tom mais duro poderá contribuir para controlar a disparada do dólar. Por outro lado, poderá resultar em novas críticas por parte de Lula ou autoridades próximas.