A Polícia Federal ouviu, neste sábado (16), dois seguranças do STF e um policial militar que atenderam inicialmente a ocorrência de explosão provocada por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta-feira (13). A pessoa que alugou o trailer para o homem também prestou depoimento. O veículo estava estacionado próximo ao anexo IV da Câmara dos Deputados, onde o responsável por detonar duas bombas também estacionou um carro, que estava carregado de explosivos.
As oitivas fazem parte do inquérito instaurado para investigar as motivações para o ato de Francisco Wanderley. Um dia depois da ação, policiais já tinham ouvido as pessoas que tiveram contato com o homem, como o dono da loja onde ele comprou as bombas, a dona da casa onde ele morava de aluguel, em Ceilândia, região administrativa a cerca de 30 quilômetros do Plano Piloto de Brasília, e um morador de rua.
O celular de Francisco Wanderley foi apreendido no trailer e também passou por perícia. A partir da análise no material apreendido e dos depoimentos, a PF prepara pedidos ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito no STF. Os investigadores podem pedir quebras de sigilo e buscas em endereços dele ou de pessoas que estiveram contato com o responsável pelas explosões.
O mestre em direito penal e doutor em direito constitucional, Acácio Miranda, explica que a PF está no início das investigações para, depois, desvendar se Francisco Wanderley foi influenciado por outras pessoas.
Depois do episódio, o governador do DF, Ibaneis Rocha, criou a Divisão de Combate a Atentados Criminosos e Antiterrorismo. A divisão vai formada por ois delegados e 23 policiais preparados para atuar de forma preventiva e estratégica.
Ibaneis disse, neste sábado (16), que essa medida “é mais um passo para evitar futuros riscos e preservar a segurança pública”. E afirmou que “a capital do Brasil é símbolo de união e respeito” e que o governo não vai permitir “que atos de violência ameacem a paz e a tranquilidade da população”.