O candidato à prefeitura do Rio pelo PL, Alexandre Ramagem, foi entrevistado nesta terça-feira na sabatina do portal G1. Ele rebateu as acusações de que integrou um gabinete paralelo na Abin e falou sobre temas como saúde e segurança. A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações.
Alexandre Ramagem, do PL, abriu a entrevista ao portal G1 respondendo uma pergunta sobre a denúncia de que, na gestão dele, a Agência Brasileira de Inteligência teria monitorado autoridades e desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Falam muito em monitoramentos de políticos, jornalistas, até ministros do Supremo. Não há. Não vi até agora.”
A declaração é #FAKE
O jornal O Globo revelou em março do ano passado que, durante a gestão de Ramagem na Abin, dados eram coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas para conseguir identificar o último local conhecido da pessoa que portava o aparelho. A Polícia Federal listou quatro ministros do Supremo Tribunal Federal, oito parlamentares ou ex-deputados e cinco integrantes do Poder Executivo, incluindo servidores, entre os espionados. O esquema, no entanto, ia além e incluía também diversos críticos de Bolsonaro.
Ao falar sobre segurança, Ramagem elogiou o trabalho feito pelo governador do Rio, Cláudio Castro, que também integra a cúpula do PL.
“Os números do governador Cláudio Castro têm descido. Tem baixado os números de homicídio, de furtos, de roubos e de roubos de carga.”
#NÃOÉBEMASSIM
O candidato não especificou a que período se refere, mas dados do Instituto de Segurança Pública mostram que, apesar de alguns avanços em indicadores como homicídios dolosos e roubo de carga, o estado do Rio teve aumento, no primeiro semestre no ano, em crimes como estelionato, furto de celular, roubo de veículos, tentativa de homicídio e sequestro-relâmpago.
Sobre saúde, o candidato do PL comentou a possibilidade de municipalização de hospitais federais.
“Eu acredito que devem [os hospitais federais] ficar com o governo federal. E essa não é apenas uma opinião minha, que estou estudando a questão. É a própria opinião do Tribunal de Contas do Município (TCM). Ele não recomenda essa municipalização dos hospitais federais.”
A declaração é #FATO.
O Tribunal de Contas do Município elaborou, em 2019, um documento que detalha o impacto econômico que a municipalização de hospitais causaria nas contas do Rio. A conclusão do TCM foi de que a medida seria ‘drástica’ e que o melhor seria uma cooperação entre hospitais federais e a Secretaria Municipal de Saúde.
O Fato ou Fake é uma iniciativa formada por veículos de comunicação do grupo Globo, incluindo a CBN. A equipe já checou as declarações de Eduardo Paes, do PSD, e vai apurar as falas de Tarcísio Motta, do PSOL, entrevistado do G1 nesta quarta-feira.