O ditado popular ‘quem vê cara, não vê coração’, pode ser usado de forma perfeita para a vida dos astronautas fora da Terra. Se tudo parece glamoroso e interessante de fora, por dentro a história é outra. E até meio nojenta.
Isso porque ser astronauta é um trabalho como qualquer outro. Tem os lados positivos, especialmente sob o ponto de vista científico, mas o ambiente não é o dos melhores. Por exemplo, eles precisam já enfrentar o odor do espaço. Misturando diversos elementos químicos, os cientistas citam, entre outros cheiros, pólvora, metal derretido e carne queimada. E o cheiro se mantém por um bom tempo, já que fica preso na roupa ao chegar em alguma estação espacial.
Se a situação já não é fácil assim, imagina ainda ter que conviver com o próprio cheiro da unira e fezes. Isso porque os astronautas precisam utilizar fraldas especiais em situações, como quando estão em um voo. O objetivo é evitar que as roupas sujem.
Mas calma, que ainda não acabou. Se o odor está péssimo, é preciso lidar com isso. Afinal, a água é extremamente restrita no espaço e se torna bolha. Além disso, qualquer detergente ou algo similar também não ajudaria em nada na mudança do cheiro. E, precisando reciclar, muitos ainda bebem a água do xixi, com um instrumento que modifica em água potável.
Outro questão nada fácil é o estômago. É recorrente que astronautas passem mal, com enjoos ou tonturas. Aliás, estudos mostram que até mesmo essa dificuldade do corpo no ambiente novo pode reavivar antigas doenças, como catapora e herpes. Há até um nome para isso: Síndrome de Adaptação Espacial.
Além de passar por isso tudo, a rotina de um astronauta é extremamente desgastante. As tripulações ficam no espaço durante vários meses, normalmente sem uma data estipulada para volta. As equipes se dividem em grupos, especialmente na Estação Espacial Internacional. São 160 horas de trabalho semanais, o que dá por volta de 22 horas diárias!
O pouco período de descanso é para dormir. E essas horas de sono também não são fáceis. Eles ficam dentro de sacos de dormir em pequenas cabines, na qual acomoda apenas uma pessoa. Como não há peso por conta da pouquíssima gravidade, eles podem dormir em qualquer posição sem maiores problemas.