Treinador do Juventude terá pela frente na final deste sábado o Grêmio, justamente o time pelo qual foi revelado
Roger voltou em 2024 para o Juventude onde começou a carreira de técnico em 2014 | Foto: Fernando Alves/ECJuventude
No comando do Juventude, Roger Machado tem a chance de fazer história neste sábado, na Arena, diante do Grêmio. Voltou ao clube em que começou a carreira como treinador e agora terá a oportunidade de ser novamente campeão gaúcho.
Quando se aposentou e virou técnico tinha o objetivo de treinar somente os times que jogou: Grêmio, Fluminense e Vissel Kobe, do Japão. Não conseguiu, por óbvio. Antes de retornar ao Ju, passou um período em casa ao lado da esposa Camile, quando virou espécie de motorista das filhas Júlia e Gabriela. Disse alguns “nãos” diante de ofertas recebidas, mas resolveu recomeçar. Voltou para Caxias do Sul e levou para o Alfredo Jaconi o parceiro de longa data: Paulo Paixão. Junta, a dupla tem uma oportunidade única neste fim de semana.
O título gaúcho para Roger treinador não seria novidade. Foi campeão em 2022 com o próprio Grêmio, então prestes a começar uma Série B sob seu comando. Devolver o clube do coração à elite do futebol nacional dois anos atrás, entretanto, foi uma sensação que foi impedido de sentir na reta final do campeonato. Roger sabe disso e não esquece. Lida com esta lembrança da mesma forma que com o cabelo e a barba branca. Não há o que fazer, a não ser aceitar. Por uma razão simples: a impossibilidade do controle.
No futebol como na vida, não se escolhe o atacante a marcar, os times a treinar, os dirigentes a ter do lado ou o adversário a enfrentar. Roger chega à decisão do Gauchão depois de uma largada promissora com o Ju, depois de arrancar uma classificação em Bagé contra a sensação do campeonato, o Guarany, e após fazer dois grandes enfrentamentos contra o Inter.
Pois agora, no palco onde o Grêmio jamais perdeu um título desde que o novo estádio foi erguido, a chance está posta. E Roger conhece bem o cenário. O azul, preto e branco serão esmagadora maioria diante do verde e branco. Menos mal que ele não carrega mais o pânico de marcar os atacantes. Tem a seu favor a experiência adquirida de uma vida no mundo da bola. Quis o destino oferecer a oportunidade de dar um recado ao mercado de trabalho dos grandes treinadores justamente na casa de quem lhe impôs o desemprego antes da hora de sorrir.
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