O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se manifestou, nesta quarta-feira (25), contra o decreto presidencial que que restringe uso de armas pelas forças de segurança. O texto, assinado pelo presidente Lula e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi publicado no Diário Oficial da União nessa terça-feira, véspera de Natal.
Pelas redes sociais, Cláudio Castro ironizou o decreto e chamou a medida de “vergonha”. Ele escreveu:
“Sabem quem ganhou um presentão de Natal? A bandidagem, no país inteiro! Parabéns aos envolvidos! Decreto sem diálogo, publicado na calada da noite, sem amparo legal e numa clara invasão de competência! Agora, para usar arma de fogo, as polícias estaduais terão que pedir licença aos burocratas de plantão em Brasília! Uma vergonha!”
Castro ainda cobrou que o Congresso se manifeste contra o decreto e informou que o governo fluminense vai ingressar com uma ação no STF.
Na mesmo linha de Castro, o governador de Goiás, Carlo Caiado, também escreveu contra o decreto, ainda na terça. Ele afirmou que o “crime organizado celebra o grande presente de Natal recebido do presidente Lula”. Caiado ainda chamou o documento de “chantagem”, porque impõe aos estados que, caso não sigam as diretrizes ali descritas, perderão acesso aos fundos de segurança e penitenciário.
O documento federal determina que o uso de armas de fogo seja feito apenas como último recurso, proibindo disparos contra pessoas desarmadas ou veículos que desrespeitem bloqueios, exceto quando houver risco à vida de terceiros ou dos próprios agentes. Além disso, a norma prevê capacitação anual para policiais e o monitoramento de ações por meio de um Comitê Nacional.
O caso aconteceu na noite de noite, por volta das 20h40, véspera de Natal, na Rodovia Washington Luiz, altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Juliana e a família iam para casa de parentes para celebrar e fazer a ceia de Natal. No carro, estavam cinco pessoas e um cachorrinho.
Em depoimento à Polícia Federal, que investiga o caso, os policiais alegaram que uma outra patrulha da PRF foi atacada anteriormente e acharam que o tiros tinham vindo do carro que o pai de Juliana dirigia. Os agentes admitiram o disparos e definiram a abordagem como “grave equívoco”.
Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias, onde passou por cirurgia. Seu estado de saúde é considerado gravíssimo e ela segue internada no CTI.
Apesar do manifesto contra o decreto presidencial, o governador Cláudio Castro não mencionou em nenhum momento o ocorrido contra a jovem.