O depoimento de Rivaldo ocorre presencialmente, às 13h, na Penitenciária Federal de Brasília, onde ele está preso.
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, preso acusado de ajudar a planejar o assassinato da vereadora Marielle Franco, sequer sabe que vai ser ouvido pela Polícia Federal. O depoimento está marcado para esta segunda-feira (3), mas os defensores ainda não conseguiram falar com Rivaldo sobre isso e foram surpreendidos nesta segunda com uma negativa da Penitenciária Federal de Brasília de que eles conversem com Rivaldo antes da chegada da PF. De acordo com a defesa, a negativa ocorreu devido à uma alta demanda.
A defesa contesta as acusações feitas contra Rivaldo. Mas, o advogado que representa Barbosa, Marcelo Ferreira, diz que ele tem muito a acrescentar às investigações.
‘O depoimento do Rivaldo muda todo o cenário, porque ele tem muito a esclarecer, muito a contribuir para a investigação, tem muitas pontas soltas nessa investigação. Ele tem coisa que contribui em relação à própria investigação. O que a gente acha é que a Polícia Federal não acrescentou nada do que já tinha sido produzido pelo doutor Giniton, porque o doutor Giniton foi designado pelo doutor Rivaldo para a investigação e foi ele quem prendeu o executor’, afirma.
O processo de nomeação de Rivaldo será um dos assuntos tratados durante a oitiva do ex-chefe da Polícia Civil. Ele se tornou chefe de polícia do Rio de Janeiro um dia antes da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. Um dia depois, ele nomeou o delegado Giniton Lajes para comandar a Delegacia de Homicídios.
Rivaldo foi preso em 24 de março junto dos outros dois mandantes do assassinato da vereadora: o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão. Em delação premiada, homologada pelo STF em março, Ronnie Lessa afirmou que Rivaldo Barbosa atuou para tentar protegê-los da investigação depois do assassinato. Além disso, teria garantido imunidade antes do crime e até dado instruções de como a execução deveria acontecer.
O advogado de Rivaldo Barbosa, Marcelo Ferreira, alegou que ele nunca teve contato com os supostos mandantes do crime e que não há registro de recebimento de valores provenientes de atos ilícitos. Além disso, afirma que Rivaldo está preso apenas com base na declaração de Ronnie Lessa, um assassino confesso.