Os riscos a trabalhadores humanitários em Gaza são intoleráveis, disse a ONU nesta terça-feira (25), pressionando Israel por uma coordenação mais eficaz com grupos de auxílio, por uma aprovação para a ONU usar equipamentos essenciais de segurança e para que o Exército israelense facilite as entregas de ajuda.
“Operações humanitárias estiveram repetidamente na mira em Gaza”, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, a repórteres nesta terça-feira. “Os riscos, francamente, estão se tornando cada vez mais intoleráveis”.
Ele disse que o chefe de segurança da ONU se reuniu na segunda-feira (24) com o Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios, o Cogat, braço militar israelense responsável por transferências de auxílio humanitário, para discutir as dificuldades da ONU para trabalhar em Gaza durante a guerra entre Israel e militantes palestinos do Hamas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na semana passada que há uma “total ilegalidade” em Gaza que está impedindo operações de auxílio, diante do risco iminente de fome. Os Estados Unidos disseram que estão trabalhando com a ONU e Israel para tentar melhorar a situação.
“Todos os dias, avaliamos a situação e vemos como podemos operar com segurança, tanto para nossos próprios funcionários, mas, ainda mais importante, para aqueles que recebem o auxílio”, disse Dujarric. “Todos os dias, precisamos aproveitar qualquer oportunidade que tivermos.”
Na terça, o vice-embaixador de Israel na ONU, Jonathan Miller, disse ao Conselho de Segurança que mais de 36 mil caminhões de auxílio humanitário entraram em Gaza durante os mais de oito meses de conflito. Os caminhões carregaram mais de 680 mil toneladas de auxílio, incluindo alimentos, água, equipamentos de abrigos, produtos médicos e combustível.
Segundo Miller, o problema está na coleta e distribuição do auxílio pela ONU, depois de entrar em Gaza.
“Quase todas as solicitações da ONU para coordenação de comboios humanitários foram e têm sido aprovadas, e pausas diárias em operações contra terroristas continuam permitindo a distribuição de ajuda”, acrescentou Miller.