Depois de quatro dias de operações, profissionais do IBAMA e veterinários voluntários encerraram os trabalhos de resgate de mais de 750 animais da barragem que se rompeu no Parque Lagoa do Nado, em Belo Horizonte. Após fiscalização da área, as equipes constataram que os maiores peixes, aves e cágados atingidos já foram todos retirados.
O veterinário e coordenador do Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte, Aldair Pinto, explicou que os animais estão, em geral, com boa condição de saúde e agora serão cuidados pelo IBAMA. Os peixes, por exemplo, foram levados para outros reservatórios em parques de BH. Ainda, segundo ele, apenas pequenos peixes ficaram no local, mas esses seres conseguem se deslocar para outras áreas.
“Nós resgatamos mais de 750 animais, a maioria deles estão entre peixes e cágados, vulgo tartarugas, além de algumas pouquíssimas aves e nenhum mamífero. Todos os animais que precisavam de resgate foram resgatados, foram feitos mais de três vistorias, passagem por todo o local e sem avistamento de outros animais. Alguns pequenos peixes, que são muito pequenos, se mantiveram no local que estão ilhados e, com essa chuva, provavelmente já conseguiram descer e estabelecer um novo local para ficar. Mas, os peixes maiores, peixes médios, todos esses foram recolhidos”, detalhou.
Os trabalhos foram realizados conjuntamente pelas equipes do IBAMA, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Fundação de Parques de BH, Cetas e do Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte. Usando roupas especiais de mergulho, os profissionais atravessaram a lama, muitas vezes rastejando, para localizar os animais e retirá-los em segurança.
Apesar do fim dessa operação, as análises das equipes de meio ambiente continuam no local para contabilizar os prejuízos à flora e à fauna do parque, que ocupa uma área de 311 mil m². O espaço segue interditado por tempo indeterminado.
O reservatório da Lagoa do Nado se rompeu na última quarta-feira, após uma forte chuva que atingiu Belo Horizonte. O lago ocupava uma área de 22 mil m² e era formado pelo represamento de três nascentes, afluentes do Córrego Vilarinho. Após o colapso, a água vazou e atingiu a avenida Pedro I, que chegou a ser interditada por algumas horas.
Sobre o rompimento, a prefeitura de BH alegou que, nas últimas inspeções rotineiras de segurança de barragens, realizadas em outubro, nenhum reservatório da cidade apresentou emergência ou fator que implicasse risco à estabilidade das estruturas.