Grêmio: Renato Portaluppi pode ser campeão gaúcho pela oitava vez neste sábado
Somados os títulos dentro de campo e na casamata, treinador já levantou sete vezes a taça do Gauchão
Renato está prestes a completar a marca de 500 jogos como técnico do Grêmio | Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
Experimente perguntar a Renato Portaluppi por que ele não tem os números dos contatos salvos na agenda do celular. O arrependimento pelo questionamento virá na hora, pois é a porta de entrada para um manancial de autoelogios. A cena faz parte do personagem criado pela figura que virou estátua na Arena, local onde pode mais uma vez fazer história pelo Grêmio no fim de semana.
Desafiar o cara que como ele mesmo diz “mandou escrever o letreiro” “Grêmio Campeão do Mundo” que por décadas brilhou no topo do Olímpico e hoje está na Arena é como dar o leve toque no gatilho. A reação é imediata, pois é assim que Renato vive o futebol há quatro décadas. Como jogador vencedor que foi e como treinador vencedor que é. Em ambos os casos, sempre quis mais. E o mais agora é o heptacampeonato gaúcho.
A hipótese da segunda sequência de sete títulos regionais certamente mexe com o imaginário do treinador. Não somente por gravar o seu nome também nesta página da história de 121 anos do clube, mas por que ela tem outros links.
Em caso de título, seria o décimo como treinador, feito igualado a Oswaldo Rolla, o Foguinho, outra lenda Tricolor. Mas não é só isso. Como jogador, Renato foi campeão estadual em 1980, 1985 e 1986. Como técnico levantou esta taça em 2018, 2019, 2020 e 2023. Portanto, o hepta do Grêmio seria o octa particular do treinador.
Prestes a completar a marca de 500 jogos no comando do time do coração, Renato se vê diante novamente de um desafio. Assim como quando retornou para esta quarta passagem no clube. E aqui não se faz referência a classificar o Grêmio nas últimas rodadas da Série B quando assumiu justamente no lugar de Roger. Mas sim a missão do ano seguinte.
Em 2023, o vestiário passou por uma absoluta renovação a partir da troca de gestão, principalmente por um nome. A estrela Suárez exigiu de Renato muito além do que o blefe de mostrar seu DVD ao uruguaio. Um jogador daquele nível em suas mãos e um time totalmente novo o fizeram arregaçar as mangas. Sob comando do camisa 9 em campo e de Renato, fora dele, a equipe carimbou novamente o Gauchão e conduziu e seguiu brigando em outras frentes durante a temporada toda.
Messi, porém levou o amigo dos tempos de Barcelona aos Estados Unidos enquanto o técnico permaneceu em Porto Alegre no hotel onde mora desde 2010 com a missão de reinventar um Grêmio “Pós Suárez”. Ali remontou um time para 2024 e que pode agora novamente dar uma volta olímpica à frente da torcida, a mais saborosa das sensações . Ao lado da cabeceira da cama onde o celular toca, duas coisas são certas para Renato. Assim como o nome referente aos nove números na tela do aparelho, ele sabe também o que está em jogo neste sábado.
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