O presidente Lula tem quebrado a cabeça para fazer a primeira grande reforma ministerial do governo no ano que vem. Além de mudar a comunicação, o presidente faz as contas para agradar partidos do centrão e garantir votações importantes no Congresso – já de olho também em 2026. Mas a equação não é fácil, disse um ministro de forma reservada à CBN. PP, União Brasil e PSD querem mais espaço na Esplanada. Pra isso, o PT pode perder ministérios – hoje com dez.
A primeira mudança será na comunicação. Ministros e assessores dizem que Paulo Pimenta já está com os dias contados. A insatisfação com o trabalho dele não é de agora. Alguns dizem que medidas importantes do governo só chegam nos ministérios meses depois.
Mas Lula não vai colocar o Centrão na cozinha do Planalto. Um nome que chegou a ser ventilado é o de Sidônio Palmeira – marqueteiro da campanha de Lula em 2022 que ainda atua informalmente no Planalto. Há quem diga, no entanto, que ele não deve aceitar o cargo. Lula ainda precisa decidir onde “coloca” Pimenta – ele é de confiança do presidente e Lula não vai deixá-lo escanteado, já que pretende concorrer ao governo do Rio Grande do Sul, em 2026.
Para agradar ao Centrão, Lula avalia quais ministérios pode mexer. União Brasil, que já tem três ministérios, quer mais. Lula também quer agradar o PSD, de Gilberto Kassab, que saiu vitorioso nas eleições municipais e pode ser um grande aliado em 2026. As duas legendas não tem ajudado o governo em votações importantes no Congresso – a urgência dos projetos de corte de gastos recebeu poucos votos dos dois partidos. Já o PP, de Arthur Lira, só conta com um ministério: André Fufuca, no Esporte. Mas votou praticamente fechado com o governo na urgência dos projetos.
Em dois anos de governo, Lula já trocou seis ministros. Três deles para atender a pedidos do Centrão. O presidente criou um ministério para não tirar Márcio França do governo e dar lugar a Silvio Costa Filho, do Republicanos, na pasta de Portos e Aeroportos. Para atender o União Brasil, Lula trocou Daniela Carneiro por Celso Sabino no Turismo e ainda rifou Ana Moser, do Esporte, para que André Fufuca, do PP, assumisse. O presidente ainda trocou o comando da Caixa, colocando Carlos Antonio Vieira, nome indicado por Arthur Lira.