Especialistas indicam que os incêndios deste ano no Pantanal caminham para a mesma direção de 2020, quando o bioma bateu recorde de queimadas. A extensão destruída já superou em quase 40% o registrado no mesmo período de 2020. Ouça a reportagem completa abaixo:
As autoridades do Meio Ambiente do governo federal e do estado do Mato Grosso do Sul esperavam que os incêndios começassem em agosto, mas o bioma já registra o maior número de queimadas para o mês de junho desde o começo do monitoramento, há 26 anos.
O Ministério do Meio Ambiente não descarta um possível pedido de ajuda internacional por meio do Centro de Coordenação de Resposta de Emergência (CCRE) da União Europeia. A possibilidade é discutida depois de mais de 30 organizações assinarem uma carta pedindo que o governo solicite apoio de outros países para enfrentamento da seca e dos incêndios florestais. Essa ajuda seria por transferência de tecnologia e envio de equipes e de recursos para usar aviões no combate às chamas.
Durante uma reunião com o secretário extraordinário do Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, o governo do estado discutiu ações de combate aos incêndios no Pantanal, e o secretário afirmou que é cedo para acionar a União Europeia:
“A instância internacional não está fora do nosso radar, tanto é que uma das medidas que estamos trabalhando no âmbito do governo federal é viabilizar a celeridade para que aeronaves internacionais e pilotos internacionais possam pilotar essas aeronaves no Brasil, não tem essa demanda, inclusive em normas da Anac, mas nós estamos focando agora nas nossas forças, tanto aqui no nível estadual quanto no nível federal, para que a gente possa dar conta de evitar o máximo possível dos eventos que estão acontecendo. Então, por ora, o foco é articular melhor os recursos disponíveis.”
O Corpo de Bombeiros informou que o combate às chamas tem sido extremamente difícil por conta dos ventos fortes e do clima seco. Muitas vezes, os focos se acendem minutos após terem sido apagados.
Nesta quarta-feira (19), uma ponte de madeira que fica no MS-228, sobre o Rio Negro, na Estrada Parque, região do Porto da Manga, em Corumbá, foi parcialmente destruída pelo fogo. Um desvio próximo à ponte é reativado para garantir a travessia no local, mas o incêndio avança em direção à BR-262, principal acesso ao Pantanal sul-mato-grossense, o que pode comprometer o tráfego de moradores e o transporte de produtos para abastecer a região.
Atualmente, 300 brigadistas e voluntários trabalham no combate aos incêndios nessa força estadual e federal em Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira também, outra frente de trabalho composta por biólogos, médicos, veterinários e também técnicos estão no bioma para resgatar animais vítimas do fogo.