O presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Philippe Diallo, disse, nesta terça-feira (18), que sempre garantirá a liberdade de expressão dos jogadores, enquanto o clima político na preparação para as eleições antecipadas da França continua a dominar a campanha da Seleção Francesa.
“Há duas coisas. A primeira coisa, como sempre disse, é que garanti a liberdade de expressão do jogador. Eles são jovens – e acho que deveríamos aplaudir a forma como eles se envolvem com as questões sociais -, mas não cabe a mim conter o desejo de se expressarem sobre uma série de questões relativas à geração deles. É por isso que vários jogadores falaram sobre a participação eleitoral. Acho que isso é muito bom porque faz parte do dever cívico sair e votar e expressar opinião. Como parte do processo eleitoral que estamos tendo, alguns deles foram além disso ao assumir uma posição política. Mas eu absolutamente respeito a posição deles”, declarou.
Falando em entrevista coletiva na base de treinamento em Paderborn, depois que a França venceu a Áustria na estreia, Diallo disse que tenta encontrar o equilíbrio certo entre encorajar os jogadores a falarem o que pensam sobre questões sociais e garantir que a equipe continue uma força unificadora para os franceses.
“Acontece que, como presidente da Federação, não sou o líder de um partido político. Não vou dizer ao povo francês como devem votar. Faço parte de uma federação cujos princípios organizacionais significam evitar debates de natureza política ou religiosa. Observamos o princípio da neutralidade, o que significa que a nossa Federação, com os seus 2.400.000 membros, reúne o povo francês, tão diverso e com opiniões diferentes. Nossa posição, minha posição, é perfeitamente compatível, respeitando tanto a liberdade de expressão do jogador, mas tendo em mente que, como instituição, não temos a mesma liberdade que os jogadores têm de dizer o que quisermos”, continuou.
“Na minha opinião, quando eles se expressam, fazem-no a título pessoal. Isso significa que se enquadra no quadro da liberdade de expressão e que cada jogador é livre de expressar a opinião a qualquer momento. No entanto, o que quero destacar – porque vi a rapidez com que vários partidos políticos tentaram apropriar-se das posições dos jogadores depois de se manifestarem – é que espero que não haja repercussões políticas para ninguém. A Seleção Francesa pertence a todo o povo francês e está aí para uni-los. Portanto, durante este período eleitoral, não quero que a Seleção Francesa seja manipulada por ninguém. Esse é o equilíbrio que estou tentando encontrar entre a liberdade de expressão dos jogadores e a federação, a Seleção Francesa não é manipulada para fins políticos porque pertence a todos”, encerrou.
O capitão da França, o atacante Kylian Mbappé, recém-contratado pelo Real Madrid após deixar o PSG, falou que “os extremistas estão às portas do poder” e incentivando as gerações mais jovens a sair e votar nas eleições legislativas.
Mbappé também expressou apoio aos comentários feitos pelo atacante francês Marcus Thuram, que apelou às pessoas para “lutarem diariamente” para evitar que o Rally Nacional (RN) de extrema direita ganhe o poder.
Produção: Gerry Mey, John Axon e Conal Quinn
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