O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse nesta quinta-feira (12) que “lutará até o fim”, à medida que seu próprio partido pode se juntar à oposição para destituí-lo após o decreto de Lei Marcial.
Em um longo discurso televisionado, ele alegou que a Coreia do Norte hackeou a comissão eleitoral da Coreia do Sul, lançando dúvidas sobre a derrota que seu partido teve em abril.
Yoon, que lidera a quarta maior economia da Ásia, espera que os aliados políticos o apoiem, mas isso parece menos provável após seu discurso.
O líder do Partido do Poder Popular (PPP), que está no poder, afirmou que chegou a hora de Yoon renunciar ou sofrer um impeachment pelo Parlamento.
Novo pedido de impeachment contra Yoon Suk Yeol
No final desta quinta-feira (12), no horário local, seis partidos da oposição, liderados pelo Partido Democrático, apresentaram ao Parlamento um projeto para o impeachment de Yoon.
Espera-se que a votação ocorra neste sábado (14), uma semana após o fracasso da primeira tentativa de impeachment, devido ao boicote da maioria dos membros do PPP.
Pelo menos sete integrantes do partido governista devem apoiar a nova moção de impeachment. São necessários pelo menos oito votos do PPP para obter a maioria de dois terços necessária para a destituição.
Yoon alegou que a oposição estava “dançando a dança da espada da loucura” ao tentar tirar do poder um presidente democraticamente eleito, dias após ter imposto Lei Marcial no país.
“Lutarei até o fim”, declarou ele. “Quer me impeçam ou me investiguem, enfrentarei tudo isso com firmeza”, adicionou.
Possível judicialização do impeachment de Yoon
Os comentários foram os primeiros desde que ele se desculpou no sábado e disse que deixaria seu destino nas mãos de seu partido.
Entretanto, essa nova fala levanta a possibilidade de que Yoon, um promotor de carreira e especialista em Direito, tenha decidido levar o caso a tribunal.
“Parece que ele simplesmente não quer renunciar e está tentando se manter firme, pois ainda acha que fez a coisa certa”, avaliou Shin Yul, professora de ciências políticas da Universidade de Myongji.
Uma votação a favor do impeachment de Yoon enviaria o caso à Corte Constitucional, que tem até seis meses para decidir se o destitui do cargo ou o reintegra.
No mais recente sinal de que o presidente está perdendo o controle sobre o poder, o líder do PPP, Han Dong-hoon, disse em uma reunião de integrantes do partido que eles deveriam se juntar à oposição para pedir o impeachment do presidente.
O partido continua dividido, e Yoon ainda tem o apoio de alguns parlamentares do PPP que se opõem à medida.
Yoon está sendo investigado criminalmente por suposta insurreição em relação à declaração de Lei Marcial de 3 de dezembro, que ele revogou horas depois, causando a maior crise política da Coreia do Sul em décadas.
Quem é Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul