O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) aceitou a proposta de entregar a gestão do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) ao governo do Estado de Mato Grosso. A alternativa foi tratada junto ao presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, e até mesmo o governador Mauro Mendes (União) manifestou ‘predisposição’ para assumir o HMC.
Pinheiro disse à Gazeta que o município não tem recursos para bancar o funcionamento da unidade hospitalar, uma vez que, o HMC faz atendimentos de alta complexidade. ‘Esse é um aceno de paz aos cuiabanos que estão sendo prejudicados pela falta de repasses e verbas àquela unidade. Nós da prefeitura temos responsabilidade de atendimento da atenção primária, ou seja, do primeiro atendimento lá nos PSFs (Programa de Saúde da Família) e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento). A alta complexidade compete ao Estado e à União’, disse.
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Questionado se a transferência não seria sentida politicamente como um recuo da prefeitura, ou uma suposta falta de gestão – o prefeito rechaçou a tese. “Não é uma derrota política. Nós da prefeitura estamos pensando na população cuiabana e antes de qualquer disputa partidária entre Mauro e eu, precisamos colocar a população em primeiro lugar. Do Jeito que está não dá para continuar”, comentou.
De acordo com as informações da Secretaria Municipal de Saúde, o HMC é o único hospital do estado que funciona como porta aberta para urgência e emergência, atendendo mais de 41% dos pacientes do interior na sua rede própria. O hospital abriga o novo e moderno Pronto Socorro de Cuiabá.
Sérgio Ricardo explicou que a medida garante o melhor direcionamento de recursos para a Saúde, que acumula passivos financeiros. ‘A Prefeitura de Cuiabá não tem condições de tocar o HMC e o Hospital São Benedito do jeito que tem que ser feito. Hoje, a demanda é muito maior do que a capacidade que a estrutura tem de atender. É uma questão urgente.’
De acordo com o presidente, tanto o prefeito da Capital quanto o governador demonstraram predisposição em relação ao tema. ‘As discussões políticas têm que ficar fora desse contexto, porque a Saúde de Cuiabá precisa de socorro.’
O governador pontuou que a questão será analisada com muito cuidado. ‘Nós vamos estudar, mas o município tem que cumprir a sua obrigação. Ele recebe dinheiro da União para prestar o serviço. Hoje nós temos dois hospitais grandes aqui na Baixada Cuiabana. Quando eu fui prefeito de Cuiabá até 2016, o estado não tinha um hospital aqui em Cuiabá, tinha o Metropolitano. Hoje o Metropolitano tem 270 leitos e o Hospital Estadual Santa Casa é um grande hospital com 10 salas de cirurgia. O que aconteceu nesse período de quase oito anos se a arrecadação do município de Cuiabá aumentou 100%? O que foi que aconteceu que o dinheiro não está dando para mais nada na Saúde?’, questionou o governador.
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