A Polícia Civil do Rio investiga se o ex-cabo do Batalhão de Operações Policiais Especiais Ronny Pessanha de Oliveira treinava milicianos e traficantes do Comando Vermelho. Ele foi preso pela segunda vez em três anos na terça-feira (26), dessa vez, fazendo uma falsa blitz na Estrada do Itanhangá, na Zona Oeste da capital.
O ex-PM do Bope esteve na cadeia entre 2020 e 2021 por envolvimento com a milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na mesma região, mas só foi expulso da corporação em setembro de 2023. Dessa vez, ele foi autuado por porte ilegal de arma de fogo, mas acabou liberado após pagar uma fiança de R$ 8 mil.
Segundo a polícia, Ronny pode ter mudado de lado para se aliar a traficantes que invadiram a Muzema. À CBN, o delegado Neilson dos Santos Nogueira confirmou que recebeu relatos sobre o treinamento realizado pelo ex-PM, mas disse que, até o momento, não há nada concreto que vincule o policial ao tráfico de drogas. Ele afirmou que tenta verificar se a informação procede ou não.
O ex-PM foi denunciado pelo Ministério Público do Rio em 2021 por cobrar taxas de construtores na favela. Segundo a denúncia, um construtor afirmou que, em 2015, estava trabalhando na construção de um prédio em Rio das Pedras, quando o policial saiu de um carro com um fuzil e exigiu que ele pagasse R$ 50 mil para liberar a obra.
Ronny Pessanha é apontado no processo como integrante da milícia que atua em Rio das Pedras. Além dele, também foram citadas na investigação outras quatro pessoas, entre elas Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, suspeito de chefiar o grupo. Taillon é o miliciano que foi confundido com um dos médicos atacados e mortos por traficantes na Barra da Tijuca, em outubro do ano passado. Ele foi preso pela Polícia Federal no mês seguinte.
Além do Bope, o ex-PM foi do batalhão de Rocha Miranda e do batalhão de Irajá, até ser expulso da corporação. Segundo o MP, ele comandava a segurança de milicianos da Zona Oeste.