O laudo completo ainda não foi concluído. A defesa de Boulos registrou um Boletim de Ocorrência contra o influenciador e entregou à polícia dois documentos que provariam a falsidade do laudo publicado nas redes do adversário.
Investigações
O delegado William Wong explicou que Pablo Marçal pode ser responsabilizado criminalmente:
“O que nos interessa a priori é confirmar a veracidade dessa informação se o atestado é ou não falso. Esse atestado foi divulgado no podcast do candidato Pablo Marçal e, posteriormente, ele encaminhou esse atestado em todas as mídias sociais. Então, vai ser apurado, sim, a conduta. Caso venha a se verificar que o atestado é falso, ele será penalizado, será responsabilizado pela divulgação deste atestado e pela falsificação desse atestado”.
O delegado ainda destacou que a falsificação do documento é um dos delitos que podem ser imputados, mas informou que crimes contra honra, como calúnia, difamação e injúria, também podem ser requeridos por Guilherme Boulos, caso o laudo seja comprovadamente falso.
William Wong deve ouvir, nos próximos dias, os envolvidos no caso, incluindo os filhos do médico. Em conversa com a colunista Malu Gaspar, Carla Maria de Oliveira e Souza alegou que o pai nunca trabalhou na clínica “Mais Consultas” e prometeu processar Marçal. Para a TV Globo, a oftalmologista Aline Garcia Souza contou que o pai atendia apenas em Campinas e cidades da região, e que nunca emitiria um laudo psiquiátrico por não ser da área de atuação.
O dono da clínica “Mais Consultas”, Luiz Teixeira da Silva Junior, é amigo pessoal de Pablo Marçal, relação confirmada pelo influenciador que negou ter falado com ele sobre o tema. Luiz Teixeira já foi acusado de falsificar um diploma de medicina e teve pena de mais de dois anos de prisão decretada por uso de documentos falsos para se inscrever no Conselho Regional de Medicina no Rio Grande do Sul.
Além do inquérito na Polícia Civil que analisa o laudo, a Polícia Federal também abriu inquérito para investigar os crimes de falsificação de atestado médico, uso de documento falso, disseminação de informação inverídica em período eleitoral, calúnia, difamação e injúria eleitoral e associação criminosa.
Logo após a publicação do influenciador na noite de sexta-feira (04), Guilherme Boulos se manifestou nas redes sociais negando a veracidade do laudo e pedindo a prisão do ex-coach.
“O Pablo Marçal não tem limite. Ele acabou de publicar na rede social dele um documento falso querendo sustentar a fake news dele que já foi desmascarada de que usaria drogas. Há um dia da eleição ele inventa essa fake news. Nós estamos entrando agora à noite com um pedido na visão do Pablo Marçal na justiça criminal dele e do dono da clínica. Até o número do meu documento tá errado no negócio assim não não tem limite né mas a ideia é justamente criar essa confusão a ideia é que as pessoas divulguem a mentira para tentar criar um impacto eleitoral”, destacou Boulos na noite de sexta.
Derrubada de perfil nas redes sociais
Eleições 2024:
Na véspera do primeiro turno, Marçal disse não se arrepender de ter divulgado o laudo falso. Em conversa com jornalistas neste sábado (05), ele tentou se eximir de responsabilidades sobre o documento fraudado e disse não temer ser preso, nem perder a candidatura na Justiça Eleitoral.
“Eu, Pablo, na minha rede social foi postado, eu não tenho nenhuma ligação com o laudo. Pode perguntar para o Tassio Renan, que é meu advogado, e checar com ele”, declarou o influenciador.