A polícia australiana matou a tiros um adolescente depois que ele esfaqueou um homem. Segundo autoridades, o ataque teve “marcas” de terrorismo.
O adolescente, descrito como um homem caucasiano de 16 anos, realizou o ataque em um subúrbio de Perth, na Austrália Ocidental, disse o primeiro-ministro Roger Cook.
O comissário de polícia da Austrália Ocidental, Col Blanch, destacou que o caso “tem as características” de um ato terrorista, acrescentando que “atende aos critérios ou pelo menos à definição” deste tipo de crime.
Blanch pontuou que a polícia local recebeu uma ligação no sábado (4) à noite de um homem indicando que “ele iria cometer atos de violência”.
Os agentes receberam outra chamada de uma pessoa minutos depois informando que um homem com uma faca estava correndo, continuou Blanch. A polícia respondeu imediatamente a esse chamado, disse ele, e três policiais foram enviados.
Quando eles chegaram ao local, foram confrontados pelo adolescente, que estava sozinho e segurava uma “grande faca de cozinha”, informou o comissário.
Os policiais ordenaram que ele largasse o objeto, mas o suspeito se recusou, correndo em direção aos agentes. Eles dispararam dois tasers, mas não conseguiram conter o jovem.
Então, um terceiro oficial “disparou um único tiro e feriu mortalmente o homem”.
A polícia descobriu depois disso que o adolescente havia esfaqueado e ferido um homem de meia-idade. A vítima está no hospital em estado grave, mas estável, com um ferimento nas costas, ressaltou Blanch.
O adolescente era conhecido pela polícia antes do incidente, pois “ele fazia parte de um programa sobre radicalização online nos últimos dois anos”, ainda segundo o comissário.
“Estamos lidando com questões complexas com este jovem de 16 anos, tanto questões de saúde mental, mas também questões de radicalização online”, ponderou.
O programa se concentrou em cobrir o extremismo violento para aqueles que apresentam comportamento preocupante, disse.
Blanch afirmou ainda que a polícia recebeu várias ligações antes e depois do incidente de membros da comunidade muçulmana da Austrália Ocidental que estavam preocupados com o indivíduo.
“Quero agradecer aos membros da comunidade muçulmana que fizeram isso porque isso nos permitiu identificar rapidamente quem era esse indivíduo e responder tão [rapidamente] quanto nós”, comentou.
Em comunicado divulgado no domingo sobre o incidente, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse: “Somos uma nação que ama a paz e não há lugar para o extremismo violento na Austrália”.
Esse caso acontece após o esfaqueamento de um padre e bispo no mês passado em uma igreja em Sydney. A polícia prendeu um jovem de 16 anos pelo ataque, que descreveu como um ato terrorista.