Segundo as investigações, os criminosos divulgavam informações falsas sobre candidatos a prefeito em mais de dez cidades. O esquema teria começado em 2016 e envolvia servidores públicos municipais.
Quatro pessoas foram presas durante uma operação da Polícia Federal contra uma quadrilha acusada de propagar notícias falsas sobre candidatos em campanhas para a prefeitura em mais de 10 municípios do estado do Rio. As investigações revelaram que os criminosos atuam pelo menos desde 2016, e já influenciaram, no mínimo, três eleições municipais.
Os agentes cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos investigados, no valor de R$ 1 milhão para cada.
Como funcionava o esquema criminoso?
Segundo a polícia, a organização é chefiada por pessoas que já ocuparam funções públicas em cidades do estado.
O esquema é baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral municipal. Elas recebiam instruções para propagar informações falsas sobre um determinado nome de candidato à prefeitura, na intenção de beneficiar o candidato que contratou o serviço.
As pessoas contratadas recebiam R$ 2 mil por mês, e os coordenadores do esquema recebiam a quantia de R$ 5 mil, além de ganharem cargos na prefeitura. No ano eleitoral, quando o esquema entrava em vigor, os coordenadores eram exonerados de seus cargos e substituídos por “laranjas”.
O esquema de desinformação incluía a elaboração de relatórios diários das atividades, com a quantidade de eleitores abordados por dia, número de votos em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso.