Em razão da superlotação dos abrigos diante da tragédia no Rio Grande do Sul, o governo estuda dar um crédito de 400 reais para que moradores que não foram afetados pelas enchentes possam acolher pessoas desabrigadas. Neste domingo, o ministro Paulo Pimenta, que está a frente da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, afirmou que a ideia é dar o crédito as famílias ao invés de destinar o dinheiro para prefeituras.
“Hoje o MDS paga nos abrigos 20 mil reais para cada 50 pessoas para a prefeitura. Fora a questão da alimentação, da cesta básica e tudo mais. Então isso dá 400 reais por pessoa. Em abrigos públicos. Eu estou discutindo uma mudança dessa portaria para poder, por exemplo, alguém receber uma família ou uma associação comunitária de quatro famílias ou dez famílias, e esses R$ 400 que hoje é pago para a prefeitura pode ser pago para quem abrigar a pessoa. Então, se eu abrigo quatro pessoas da minha casa, um espaço que eu tenho, eu vou receber R$ 1.600 por mês, de uma forma solidária. Com isso, a gente tenta trabalhar na perspectiva de descentralizar esses grandes abrigos e fugir dessa loja natais das cidades temporárias”.
A declaração foi feita em entrevista ao canal do Youtube Barão de Itararé. Pimenta disse, ainda, que nos próximos dias vai discutir uma forma de implementar a medida já que exige uma preparação logistica, especialmente em relação à alimentação.
Na semana passada, Pimenta afirmou que há relatos de crimes nesses locais, incluindo estupros, roubos e pequenos furtos. Até última divulgação, a estimativa era de 65 a 80 mil pessoas em abrigos.
O estado vem sofrendo há mais de duas semanas com alagamentos. Cerca de 90% dos municípios foram afetados, incluindo Porto Alegre. O ministro inclusive disse também na entrevista que de 23 bombas de escoamento na capital gaucha, instaladas no sistema de prevenção de enchentes, apenas duas funcionaram durante os temporais. Em função do alagamento também no Aeroporto Salgado Filho, que acabou interditando o terminal, a Anac, liberou a operação de voos comerciais na Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, base que é naturalmente destinada à militares. O terminal tem capacidade para receber até 35 voos por semanal. A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União no início desta semana.