A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, denunciou nesta quinta-feira (21) que não conseguiu registrar sua candidatura pelos partidos opositores autorizados a participar das eleições presidenciais.
Esta quinta é o primeiro dia das inscrições de candidatos que disputarão o pleito marcado para 28 de julho.
“Quase 12 horas [depois de ter sido] iniciado o processo [de inscrição das candidaturas], lhes informo que os dois únicos partidos da unidade democrática hábeis para que eu me candidate no Conselho Nacional Eleitoral (o MUD e o UNT) não têm acesso ao sistema para se inscrever”, denunciou Machado.
A opositora, que está proibida de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos, se refere aos partidos Mesa de Unidade Democrática e Um Novo Tempo, organizações políticas da Plataforma Unitária, bloco opositor, que estão autorizadas pelo Conselho Nacional Eleitoral do país a participar do pleito presidencial.
Apesar da proibição de Machado de ocupar cargos públicos, ela foi a vencedora das eleições primárias da oposição e afirma que ganhará de Nicolás Maduro nas urnas, tendo intenção de se inscrever para a corrida eleitoral. Os registros de candidaturas vão até 25 de março.
Nas últimas semanas, sete integrantes do partido de Machado, o Vente Venezuela, foram presos.
De acordo com o procurador-geral do país, Tarek William Saab, eles planejavam provocar violência nas ruas do país e estariam envolvidos em supostos planos conspiratórios para tomar o controle de quartéis e assassinar Maduro.
A oposição denuncia, no entanto, que as prisões, assim como a proibição de que Machado ocupe cargos políticos, viola o Acordo de Barbados, que resultou de uma negociação entre o governo e opositores, mediada pela Noruega, para que haja garantias para a realização de eleições neste ano.
Outros sete mandados de prisões foram emitidos contra integrantes da equipe da líder opositora.