Quem está com saudade dos Jogos Olímpicos já pode começar a contagem regressiva para os Jogos Paralímpicos Paris 2024. A competição começa dentro de uma semana, no dia 28 de agosto, e vai até o dia 8 de setembro.
A competição ainda nem começou e já é histórica para a delegação brasileira. O Comitê Paralímpico do país terá 280 atletas na capital francesa. É a maior delegação do Brasil em uma paralimpíada fora do país. Eles vão disputar medalhas em 20 das 22 modalidades da competição.
Para Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, o país tem tudo para chegar em 8 de setembro com um recorde na quantidade de medalhas conquistadas.
“A nossa meta estabelecida no planejamento estratégico de 2017 é conquistar entre 70 e 90 medalhas e ficar entre os 8, até a oitava posição. Em Tóquio a gente já conquistou 72 medalhas, sendo 22 de ouro. E a expectativa é de que a gente possa superar a campanha de Tóquio. Essa é a expectativa, é para isso que a gente trabalhou e a gente está bastante confiante que realmente essa edição de Paris terá a melhor participação do Brasil em todos os tempos”, afirma Conrado.
Ele destaca que as modalidades em que nossos competidores têm mais chances de medalhas são atletismo, natação, goalball, taekwondo, bocha, halterofilismo, canoagem e tênis de mesa.
Brasil está entre 10 países com mais medalhas
Desde a Paralimpíada de Pequim, o Brasil figura entre os 10 países com mais medalhas na competição. Este ano, o narrador do SporTV Sérgio Arenillas acredita que podemos disputar uma vaga entre os cinco melhores países. Contribuem para isso não só o bom desempenho dos nossos atletas, mas os desfalques de Rússia e Ucrânia, devido à guerra entre os dois países.
“A Ucrânia é uma potência paralímpica, também está sempre na faixa do Brasil. Então vamos ver também o impacto da invasão, da guerra nos últimos anos na delegação ucraniana. Então por isso que eu acho que dá para o Brasil sonhar com o top 5 junto com China, Grã-Bretanha, Estados Unidos. A Austrália já não veio na sua grande fase. Então por isso que eu acho que o Brasil pode sonhar até com o top 5. De repente com a melhor colocação histórica”, explica Arenillas.
Três em cada 10 atletas brasileiros são estreantes
Três em cada dez atletas brasileiros este ano são estreantes na Paralimpíada. A delegação, no entanto, também conta com veteranos. É o caso do nadador Phelipe Rodrigues, o maior medalhista paralímpico do nosso país. Com oito medalhas no peito, ele conta que o ciclo atual foi mais desafiador, já que a edição de Tóquio foi adiada devido à pandemia de Covid-19, diminuindo o espaço entre as edições.
O nadador Phelipe Rodrigues é o maior medalhista paralímpico do Brasil — Foto: Reprodução / Instagram
Rodrigues destaca que o bom desempenho do esporte paralímpico brasileiro atualmente é fruto dos investimentos feitos para a Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
“A gente sempre espera o melhor para uma competição desse nível e eu treinei bastante, a gente está muito focado. Hoje o reconhecimento que a gente tem nacionalmente vem de resultado do que foi investido e do que foi feito durante os jogos do Rio 2016 e a gente tem, eu costumo falar que a gente tem a era pré-2016 e pós-2016”, diz Rodrigues.
Além das medalhas, os brasileiros campeões vão levar para casa de R$ 25 mil a R$ 250 mil como premiação do comitê brasileiro. Os valores mudam de acordo com o tipo de medalha e de competição, mas estão cerca de 56% maiores em relação a 2020.