Em nova série no CBN São Paulo, o repórter Daniel Reis percorre os bairros da capital paulista conversando com moradores sobre os problemas de cada região. A reportagem circulou nesta terça-feira (11) pela região da Subprefeitura de Pinheiros, que abrange os distritos de Alto de Pinheiros, Jardim Paulista, Itaim Bibi e Pinheiros.
Morar nesta região é um desejo de grande parte dos paulistanos: as áreas pertencentes à Subprefeitura de Pinheiros estão entre os metros quadrados mais caros da cidade.
Itaim Bibi e Pinheiros, por exemplo, são almejados pelo comércio vivo e a grande oferta de equipamentos públicos e empregos. Eles podem ser considerados verdadeiros cases para outros bairros da cidade.
No entanto, a construção de prédios altos e com garagem (um detalhe importante) preocupa parte dos moradores, que pedem regras mais rígidas e fiscalização para construtoras.
Eles alegam, por exemplo, que árvores têm sido cortadas sem reposição. Rosane Brancatelli, moradora da tradicional Vila do Sol e ativista do pró-pinheiros, alega que essa verticalização a preocupa.
Apesar do plano diretor de 2014, que, em partes, deu início a essa verticalização, incentivar prédios sem ou com poucas vagas de garagens nos arredores do metrô e de corredores de ônibus, a realidade, de acordo com ela, é que os que vem sendo construídos têm muitas vagas.
Ana Wilheim, da Vila Madalena, cita, ainda, que o poder público deve realizar um maior planejamentos dos bairros, consultando e ouvindo os moradores.
Como consequência dos muitos carros, os moradores reclamam do aumento do trânsito.
Uma solução, para Daniel Mendonça, morador do Itaim Bibi e estudante de arquitetura, bairro que também tem sofrido com o trânsito, seria pensar em mais faixas exclusivas para ônibus.
Silvia Balan, que mora no Itaim Bibi, acrescenta que faltam ciclovias para as bicicletas.
O distrito do Itaim Bibi é o quadragésimo oitavo na oferta de ciclovias, de acordo com dados da Rede Nossa São Paulo.
O desempenho é considerado péssimo se comparado com outros bairros de áreas mais próximas centro.
Na falta de ciclovias, um percurso da casa de Silvia até o Masp, que poderia percorrer em 12 ou 15 minutos, se existisse ciclovia na 9 de julho, por exemplo, demora mais do que o dobro.
Ela costuma utilizar um percurso pelo Paraíso ou pela Rebouças. Segundo ela, o da Rebouças é mais rápido, mas o do Paraíso é mais seguro.
Ela também afirma que a ciclovia da Rebouças é estreita e possui sarjetas no meio da ciclovia que as tornam inseguras.
Daniel Mendonça, morador do Itaim Bibi, acrescenta que a saída de comércios, que são concentrados em casas que devem prédios, é negativa.
Segundo ele, o que atrai novos moradores ao bairro vêm saindo dele. Ele pontua, no entanto, ser necessário adensar bairros com muitos equipamentos públicos e cita como solução fachadas ativas nos novos edifícios.
Região de Pinheiros em São Paulo — Foto: Daniel Reis/CBN
Quedas de árvores
Arborizados, Alto de Pinheiros e Jardim Paulista, distrito que engloba toda área do Jardins, sofrem com outro problema: a queda de árvores em dias de chuva e vento. Os dois distritos fazem parte da Subprefeitura de Pinheiros.
Maria Helena Bueno, presidente da Associação dos Amigos de Alto de Pinheiros, afirma que muitas tipuanas do bairro tem mais de 50 anos, estão velhas, doentes e com cupim. Em dia de fortes chuva e vento, cada vez mais frequentes diante da crise climática, as árvores costumam cair e comprometem a fiação.
Em temporais do ano passado, Maria Helena afirma que algumas casas chegaram a ficar 5 dias sem luz. Ela pede que seja feito um estudo para identificar árvores condenadas e plantar novas nos lugares delas. Pontuam, no entanto, que é necessário manter a característica de bairro jardim.
Alto de Pinheiros é o 21º bairro mais arborizado. Entre os mais centrais, é um dos mais que tem o maior percentual de cobertura vegetal, ao lado de Cursino.