O Rio Paraguai está coberto por fumaça há pelo menos uma semana. O cenário dificulta, inclusive, a navegação, prejudicada além do baixo nível do rio, pela presença dessa densa fumaça. Isso ocorre devido aos chamados rios voadores, que são massas de ar carregadas de vapor d’água e se deslocam pelo vento.
Juntam-se a isso os incêndios no próprio bioma, principalmente na região do Paraguai-Mirim, e também no Parque Nacional San Matias, na Bolívia, onde mais de um milhão de hectares já foram afetados pelo fogo. O resultado disso é a fumaça densa que cobre o Rio Paraguai, a ponto de comprometer a visibilidade, o que inclusive pode ter sido a causa de um acidente com uma embarcação.
Rio Paraguai coberto por fumaça — Foto: Gerson Cunha
Um turista do Paraná de 65 anos, que estava pescando ali na região, acabou morrendo após o barco em que ele estava bater em um banco de areia. Ele não resistiu aos ferimentos. O piloteiro não teria conseguido ver o obstáculo à frente, justamente por conta da fumaça. E a poluição do ar tem atingido níveis altíssimos nas cidades pantaneiras.
Fumaça encobre via de Corumbá — Foto: Gerson Cunha
Uma base de coleta de dados instalada na sede do Prevfogo do Ibama, em Corumbá, identificou que a quantidade de partículas suspensas no ar está 46 vezes maior do que o nível de alerta da Organização Mundial da Saúde para o risco à saúde das pessoas. Essa medição é de partículas sólidas com tamanho suficiente para entrar na corrente sanguínea, uma situação então nunca antes registrada na região. A mudança desse cenário só deve ocorrer com uma diminuição dos incêndios florestais e com a chegada da chuva.
A meteorologia indica que a possibilidade de chuva é muito baixa para este mês e o período de estiagem deve durar até outubro. Na tarde desta quarta-feira (11), por volta de 16h, 992 focos de calor estavam ativos em 75 propriedades, segundo dados da plataforma Pantanal em Alerta.