Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não há como fazer relação entre as mortes que estão ocorrendo na Palestina e o extermínio em massa de judeus pelo nazismo.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu uma retratação pública do presidente Lula por conta da comparação que o petista fez entre a reação armada de Israel na Faixa de Gaza e a ação da Alemanha nazista que gerou o Holocausto.
Pacheco disse que, ainda que a reação de Israel seja desproporcional, não há como fazer relação entre as mortes que estão ocorrendo na Palestina e o extermínio em massa de judeus pelo nazismo. Ele reforçou que o Senado não pode se calar diante de qualquer manifestação do tipo, incluindo a de Lula.
“Uma fala inapropriada e equivocada não representa o verdadeiro propósito do presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que é um líder global conhecido por estabelecer ou buscar estabelecer diálogos e pontes entre as nações. Motivo pelo qual, em especial por essa confiança que este presidente tem no perfil conciliador do presidente Lula, é que uma fala dessa natureza deve render uma retratação. É fundamental que haja uma retratação e um esclarecimento com o pedido de desculpas em relação a uma parte da fala que estabelece esta premissa equivocada”, disse Rodrigo Pacheco.
A manifestação de Pacheco ocorre ao mesmo tempo em que um grupo de deputados federais anuncia que protocolará um pedido de impeachment contra Lula. Para os parlamentares, a declaração polêmica foi crime de responsabilidade.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), ainda cobrou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, seja convidado a explicar no Senado como tem sido feita a condução da política externa. Outros parlamentares já apresentaram convites semelhantes.
Em resposta, o senador Omar Aziz (PSD-BA) criticou o silêncio da presidência do Senado na oportunidade em que o ex-presidente Jair Bolsonaro se encontrou em 2021 com a deputada alemã Beatrix von Storch, uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD) e neta de um ex-ministro das Finanças da Alemanha nazista.