O outono deste ano na capital fluminense deve se firmar como o mais quente dos últimos dez anos. A informação é do Sistema AlertaRio. A estação registrou a maior média de temperaturas máximas da série histórica, iniciada em 2014, com 33,6 graus. Até agora, a média desse ano é de quase dois graus acima da registrada no ano mais quente, em 2019, com 31,9 graus de média.
No segundo dia da estação, em 21 de março, a cidade registrou a maior temperatura do outono com 40,6 graus, em Guaratiba, na Zona Oeste. Em maio, com a influência de ondas de calor, o Rio também bateu o recorde pro mês desde o início da série histórica, com 38,8 graus em Niterói, na Região Metropolitana.
O meteorologista do Alerta Rio, Fábio Souza, explica que isso ocorre por causa da atuação de fortes massas de ar seco que impedem a aproximação de frentes frias. A tendência seria as temperaturas baixarem com a aproximação do inverno, que começa em 20 de junho, mas isso não deve causar grande impacto nos termômetros no próximo mês.
‘Isso tem ocorrido devido a atuação de fortes massas de ar seco em grande parte do país, que são reforçadas por uma situação que chamamos de bloqueio atmosférico. São configurações de circulação atmosférica que impedem a passagem de frentes frias, ou elas passam muito afastadas, no oceano, influenciando pouco a temperatura na cidade. Com isso, o outono de 2024 tem registrado a maior média de temperaturas máximas da série histórica do Alerta Rio. Neste ano, a temperatura máxima média tem sido de 33,6 graus’, afirma.
Praia com muito sol em meio ao outono no Rio. — Foto: Eric Miranda/CBN
Apesar do forte calor, neste sábado (18), a movimentação nas praias foi tranquila porque há um aviso de ressaca que vale até esse domingo. Ondas de até três metros de altura podem atingir a orla. Mas muita gente aproveitou para caminhar e fazer atividade física no calçadão.
Foi o caso do Leandro Senna que, mesmo de longe, levou um banho de mar.
‘Eu estava dentro de casa, olhando de cima da minha laje, era uma coisa muito linda, eu queria vir aqui desfrutar, mas não dá para gente entrar na água desse jeito. Tem que tomar muito cuidado, porque, às vezes, se você ficar aqui, a água sobe muito, e se você der mole, ela te puxa lá para baixo. Ali já arrancou um pedaço da madeira, a força da água é muito forte. Já tomei dois banhos’, conta.
Segundo os bombeiros, 64 pessoas já foram resgatadas desde quinta-feira (16), quando começou a ressaca. A orientação é evitar o banho de mar e a permanência em mirantes, pedras e costões da orla enquanto durar o aviso.