Mais de 640 mil palestinos fugiram de Rafah desde 6 de maio, segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU.
O palestino Ibrahim Kamal Ibrahim Amtair e a sua família regressaram à sua casa em Rafah – não porque a mudança seja segura, mas porque não tinham mais para onde ir.
“Eles não disseram que esta área era segura, mas voltamos porque não encontramos outro lugar para ir e onde estávamos não havia nenhum conforto. Ninguém fica confortável longe de sua casa, mesmo que a casa esteja destruída”, disse ele em uma entrevista.
O PMA também disse que, com as passagens de fronteira no sul de Gaza fechadas, eles não tiveram acesso ao seu armazém em Rafah, deixando a entidade apenas com alguns dias de abastecimento de alimentos.
A passagem de Rafah tem sido o principal caminho para a entrada de ajuda humanitária em Gaza, onde a crise se aprofundou e pessoas agora vivem sob o risco da insegurança alimentar. Israel assumiu o controle operacional da passagem e disse que não vai abrir mão de evitar que o Hamas tenha qualquer futuro na região.
O Diretor Nacional do PMA para a Palestina, Matthew Hollingworth, disse que devido à situação em Gaza, a organização atualmente ‘não consegue trazer volumes consistentes de alimentos’ e declarou a necessidade de pontos de entrada adicionais para ajuda.
Israel disse que está intensificando os esforços para levar ajuda à Gaza, e os militares disseram que 365 caminhões de ajuda entraram pelos pontos de passagem de Kerem Shalom e Erez nessa quinta-feira (16), transportando farinha e combustível.
Pelo menos 35.303 palestinos foram mortos na guerra, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave, enquanto as agências humanitárias fazem alertas constantes sobre a fome generalizada e a ameaça de doenças.