Nos últimos 15 anos, as telas sensíveis ao toque transformaram a forma como interagimos com dispositivos eletrônicos. Desde a introdução do iPhone, o uso do touchscreen dominou celulares, tablets, alguns computadores e já pode ser visto até em máquinas de café e geladeiras.
No entanto, após mais de uma década de protagonismo, uma nova tendência pode reverter parcialmente essa “era do toque”: o retorno dos botões físicos. Um exemplo recente é o iPhone 16, que ganhou um botão físico na lateral para atuar como obturador de câmera, oferecendo um controle mais intuitivo e sensível à pressão.
Do BlackBerry ao iPhone: como chegamos até aqui
Antes do iPhone, o sonho de consumo era ter o teclado do BlackBerry, com teclas de plástico que executivos adoravam usar para escrever emails.
Com o lançamento do iPhone, surgiu uma nova funcionalidade revolucionária: a tela touch. Esse avanço mudou completamente a interação com dispositivos, criando uma verdadeira “mania do touch”. No entanto, esse uso constante de telas sensíveis ao toque começa a gerar cansaço em alguns consumidores e chamar a atenção das indústrias.
Fadiga da tela touch
Hoje em dia, estamos expostos a interfaces sensíveis ao toque o tempo todo: ao acordar com o celular, durante o treino com o relógio, e até em dispositivos domésticos inteligentes.
Essa “fadiga digital” resulta de uma exposição excessiva, e há indícios de que isso está levando à reintrodução de botões físicos em alguns produtos.
Novo iPhone marca a volta dos botões físicos; conheça a tendência — Foto: Reprodução
Novo iPhone marca a volta dos botões físicos; conheça a tendência — Foto: Reprodução
Mudança nos carros e nos teclados
No setor automotivo, já se fala em retorno de botões tradicionais para substituir controles na tela touch. A entidade europeia Euro NCAP, voltada à segurança de veículos, anunciou que só dará cinco estrelas para automóveis com botões físicos para as funções básicas, como setas, pisca-alerta e controle de ar-condicionado. Eles proporcionam um feedback tátil imediato e seguro.
Fenômeno similar ocorre com os teclados mecânicos de computador, cuja estrutura é inspirada nas máquinas de escrever. Eles têm um switch individual sob cada tecla, que também dá uma sensação de “pressionar” maior.
Indústria busca pelo equilíbrio
Há quem se dedique a estudar o tema. A especialista em botões Rachel Plotnick observou, numa entrevista à imprensa estrangeira, que estamos entrando num período de equilíbrio depois de uma fase de entusiasmo com o touchs. As fabricantes de eletrônicos buscam a combinação ideal entre telas sensíveis e botões físico para criar interfaces humano-máquina mais confortáveis.
No universo dos games, ela lembra que a demanda por botões físicos também é notável, pois os jogadores de videogame preferem a precisão dos controles físicos para jogos mais complexos, em que tela touch do smartphone não consegue entregar a mesma experiência.
Ao que tudo indica, o retorno dos botões está apenas começando.