Em entrevista ao Viva Voz, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chamou de ‘fofoca’ especulações sobre a demissão da ministra Nísia Trindade em meio a crises na pasta.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou à CBN que Nísia Trindade vai permanecer no Ministério da Saúde. Em entrevista a Vera Magalhães e Carolina Morand no Viva Voz desta terça-feira (19), ele citou “machismo” nas críticas à ministra e chamou de “fofoca” especulações sobre a demissão dela em meio a crises na pasta. Ouça entrevista completa com ministro abaixo:
“O presidente Lula deixou muito claro, inclusive na reunião, que em nenhum momento cogitou qualquer possibilidade de troca da ministra Nísia“, define Padilha. “Eu diria que é um luxo para o Brasil ter no Ministério da Saúde alguém com histórico dela na saúde pública, foi uma figura proeminente no combate à pandemia, teve um papel fundamental na conquista da vacina, todo o trabalho feito pela Fundação Oswaldo Cruz, e ela estar no Ministério da Saúde é também uma celebração de todos aqueles que se esforçaram para que a ciência enfrentasse a pandemia. Então, inclusive na reunião ontem, reforçou esse apoio”
Nísia chorou durante a reunião ministerial na segunda-feira (18), e foi chamada, nesta terça-feira (19), para se encontrar com o presidente Lula. O Ministério da Saúde enfrenta três crises atualmente: a emergência sanitária da população Yanomami, a epidemia de dengue no Brasil e os problemas nos hospitais do Rio de Janeiro.
O ministro Padilha ainda ressaltou, então, que reunião desta terça entre Nísia, Lula e o alto escalão do Ministério da Saúde seria igual ao que já ocorre com outros ministros para alinhar os trabalhos das pastas, e que isso, por si só, seria a “maior demonstração de apoio” do presidente.
“Na base de fofoca, acho que, às vezes, tem um pouco de machismo nisso de achar que uma mulher, sozinha, não lidera o ministério, e ela está afirmando isso. Inclusive, ontem na reunião, ela comentou que dizem que ela tem que falar grosso, e ela disse o seguinte: ‘Eu não vou falar grosso porque eu não sou homem. Eu vou falar firme, de forma mansa’, e o presidente Lula até reafirmou isso”