O presidente Lula discursou nesta sexta-feira (1º) na Cúpula da Celac, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos. O evento acontece em Kingstown, em São Vicente e Granadinas. Durante a fala aos chefes de Estado da região, Lula voltou a criticar as ações de Israel na guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza.
Lula afirmou que os israelenses impõem uma “punição coletiva” ao povo palestino. Ele também citou o ataque contra civis que esperavam ajuda humanitária nesta quinta-feira (29), em Gaza. Mais de 100 pessoas morreram, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.
“A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante”, disse o presidente.
Ele aproveitou o momento para cobrar ações da ONU e do Conselho de Segurança para frear o que chamou de “genocídio” em Gaza.
“O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho tema que ameaça a paz e a segurança internacional. Faço um apelo ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho a partir de hoje, para que paute esse tema com toda a urgência. Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança”, complementou Lula.
Por outro lado, Lula relembrou que a vida de reféns em poder do Hamas “está em jogo”.
Cuba e Malvinas
O presidente também defendeu que a soberania das Ilhas Malvinas, território em disputa pelo Reino Unido, seja da Argentina e não dos britânicos. Ele também aproveitou o discurso para pedir o fim do embargo a Cuba e criticou medidas unilaterais de prevenção.
“Estamos deixando de cultivar nossa vocação de cooperação e permitindo que conflitos e disputas, muitas delas alheias à região, se imponham. Defender o fim do bloqueio a Cuba e a soberania argentina nas Malvinas interessa a todos nós. Todas as formas de sanções unilaterais, sem amparo no Direito Internacional, são contraproducentes e penalizam os mais vulneráveis”, disse Lula.