Pela primeira vez, o Ministério da Defesa vai abrir alistamento militar voluntário para mulheres que completarem 18 anos em 2025. Serão quase 1500 vagas, sendo 1010 para o Exército, 155 para Marinha e 300 para Força Aérea.
Atualmente, as mulheres só entram nas forças nacionais de segurança por concurso. O alistamento obrigatório e voluntário são permitidos até o momento apenas para homens.
As interessadas, nascidas em 2007, deverão se inscrever entre 1º de janeiro de 2025 e 30 de junho pelo site alistamento.eb.mil.br ou de forma presencial em uma junta de serviço militar. Terão que apresentar documentos como certidão de nascimento ou prova de naturalização, comprovante de residência, e documento oficial com foto.
Por enquanto, a iniciativa vai abranger 28 municípios do Distrito Federal e 13 estados: Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará.
Segundo o contra-almirante André Gustavo Guimarães, subchefe de Mobilização do Ministério da Defesa, só serão aceitos alistamentos de mulheres desses locais pois é onde já há estruturas para recebê-las. Além disso, ele afirma que as mulheres poderão escolher a força que pretendem alistar, desde que haja esse serviço na cidade que elas moram.
‘Elas apresentaram dentro do âmbito do Grupo de Trabalho os locais que estariam prontos já nesse primeiro ano de 2025 para que a gente pudesse conduzir de forma que as instalações estivessem adequadas ao recebimento das meninas e o pessoal fosse o mais capacitado para esse primeiro momento, então nesse sentido isso direcionou a escolha através desses critérios.’
Além disso, segundo ele, nesses espaços já há experiência de tratar com o mulheres concursadas desde a década de 80. Reformas, entretanto, serão feitas nesses espaços, e são orçadas em R$ 2 milhões para o próximo ano, custeados pelo Ministério da Defesa e com recursos do orçamento das forças.
De acordo com a capitã de Mar e Guerra da Marinha, Maria Elaine Borges, medidas também estão sendo adotadas contra assédio.
‘Desenvolvemos palestras de prevenção junto a essas organizações militares, especialmente aquelas que possuem mulheres lotadas dentro dessas organizações. É importante a gente preparar essas tripulações para receber essas mulheres, para uma boa condução dos trabalhos. E nós também estamos investindo, não é novo, mas estamos investindo ainda um pouco mais nos canais de ouvidoria, de recebimento dessas denúncias e especialmente os espaços de acolhimento.’
As candidatas passarão por seleção geral, complementar, distribuição e incorporação. A previsão é que elas sejam incorporadas em 2026 e ocuparão graduação de soldado, com mesmos direitos e deveres dos homens.
O serviço militar vai durar um ano e pode ser prorrogado por até oito. Hoje há 37 mil mulheres nas Forças Armadas, o que corresponde a 10% do efetivo. O obejtivo do MInistério da defesa é que esse efetivo chegue aos 20%.