A China realizou sua maior mobilização marítima regional em décadas, disse o Ministério da Defesa de Taiwan nesta terça-feira (10), enquanto monitora o que diz ser um aumento das atividades militares chinesas no Estreito de Taiwan e no Pacífico Ocidental.
A mobilização marítima é a maior desde que a China começou a realizar exercícios militares em larga escala ao redor de Taiwan em meados da década de 1990, de acordo com o Ministério da Defesa taiwanês.
As autoridades também relataram um aumento significativo nas aeronaves do Exército chinês operando ao redor da ilha, detectando 47 desses jatos nas 24 horas antes das 6h desta terça.
A ilha está em alerta máximo desde segunda-feira (9), enquanto se prepara para possíveis exercícios militares da China depois que o presidente Lai Ching-te fez paradas não oficiais no Havaí e no território americano de Guam no início deste mês.
Taiwan pontuou na segunda que várias formações de embarcações militares e da guarda costeira chinesa estavam se movendo em águas regionais e ao redor do Estreito de Taiwan.
Pequim não anunciou exercícios militares nem reconheceu a mobilização em larga escala citada por Taipé.
O Partido Comunista da China reivindica a democracia autônoma de Taiwan como seu próprio território, apesar de nunca a ter controlado, e não descartou tomar a ilha pela força.
O governo chinês vê as interações não oficiais entre os Estados Unidos e Taiwan como uma violação de sua soberania. A liderança da ilha, por sua vez, rejeita as reivindicações territoriais sobre ela.
Número “espantoso” de embarcações
O tenente-general Hsieh Jih-Sheng, vice-chefe do Estado-Maior Geral de Inteligência de Taiwan, destacou que um número “espantoso” de embarcações chinesas foi implantado em uma escala que “poderia bloquear forças externas”.
A implantação naval do Exército de Libertação Popular (PLA) da China não estava mirando apenas Taiwan, segundo Hsieh, que também ressaltou que a distribuição dos barcos se estendia para águas além da primeira cadeia de ilhas.
A cadeia de ilhas estrategicamente significativa abrange o Japão, Taiwan, partes das Filipinas e Indonésia, e há muito tempo é uma plataforma fundamental para os EUA manterem sua posição como potência dominante no Pacífico.
“As atividades recentes do PLA não apenas exerceram pressão militar sobre Taiwan. Suas forças navais, especificamente, aumentaram significativamente sua postura em torno de Taiwan e do Pacífico Ocidental”, advertiu Hsieh.
A capacidade da China de bloquear a entrada de forças externas na primeira cadeia de ilhas pode representar uma ameaça à sobrevivência de Taiwan no caso de uma invasão, potencialmente cortando o acesso naval de forças externas que buscam ajudar a ilha.
Em uma declaração nesta segunda, as autoridades de Taiwan ressaltaram que o PLA havia designado sete zonas de espaço aéreo reservado a leste de suas províncias costeiras de Zhejiang e Fujian.
Nenhum exercício com munições reais ocorreu até o momento nas zonas que ficam ao norte e noroeste de Taiwan, respectivamente, afirmou o ministério em seu briefing.
A CNN entrou em contato com o Ministério da Defesa da China e aguarda retorno.