Comentarista da CBN fala da morte de um dos grandes nomes da literatura brasileira e da luta contra a ditadura militar
Uma das principais vozes do Brasil contra a ditadura, Ziraldo morreu neste sábado (6) aos 91 anos. A informação da morte foi confirmada pela família do escritor. Famoso pela criaçã de personagens infantis, ele também foi um dos fundadores, nos anos 60, do jornal Pasquim, dos principais veículos de oposição, de combate à ditadura militar.
Míriam Leitão, amiga de Ziraldo e também nascida em Caratinga (MG), comentou a perda que a literatura brasileira teve neste sábado em entrevista ao Show da Notícia. Ela lembrou do um vasto material contra a ditadura militar que o autor criou.
O jornal Pasquim foi uma grande resistência, uma trincheira na qual ele trabalhou como um dos diretores e como um cartunista. E ele sempre militou na luta contra a ditadura. Ele deixou claro isso. Ao longo de toda a ditadura, ele deixou muito claro mostrando a luta dele
Ziraldo nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais, onde passou a infância. Foi justamente batizado a partir da combinação do nome da mãe, Zizinha, com o nome do pai, Geraldo.
Míriam Leitão também elogiou Ziraldo pelo seu cuidado de incluir a diversidade brasileira em sua obra, incluindo todos em suas histórias. Ela diz que Ziraldo sempre representou um Brasil plural.
Ele via o Brasil como um todo e não um Brasil branco como a elite. Então, ele sempre representou esse Brasil plural nos seus desenhos, nas suas histórias, nos seus quadrinhos.
Míriam Leitão disse que Ziraldo era uma pessoa múltipla. Ela lembra de quantas gerações foram atingidas pela sua obra.
É uma tristeza, uma perda muito grande. E dou meu abraço para todos os familiares e os amigos. Eu posso imaginar, eu também estou me sentindo meio órfão hoje. Estamos órfãos
*Ouça a entrevista completa