O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou nesta terça-feira (23) que as Forças Armadas venezuelanas irão respeitar os resultados eleitorais do pleito presidencial do próximo domingo.
Em meio a questionamentos da oposição e de líderes e organismos internacionais sobre a transmissão do poder no caso de uma eventual derrota do governo, diante da fala do presidente de Nicolás Maduro de que haveria um banho de sangue no país caso ele não seja eleito, o chefe das Forças Amadas diz que as instituições serão respeitadas.
“Estão tentando atribuir o papel de árbitro para as Forças Armadas diante das eleições”, disse Padrino López, complementando: “O que vamos fazer? Vamos esperar a decisão do povo transmitida através do Conselho Nacional Eleitoral e pronto. Quem ganhou, que comece seu projeto de governo e quem perdeu que vá embora, descansar. Isso é tudo”, garantiu.
As falas do ministro, diante de almirantes e generais, foram publicadas em sua conta na rede social X. Segundo ele, as Forças Armadas do país sempre deram exemplo de respeito à instituição e aos processos eleitorais.
Segundo a Constituição venezuelana, as Forças Amadas constituem uma instituição “essencialmente profissional, sem militância política” para garantir a independência e soberania do país.
Recentemente, no entanto, o comandante estratégico operacional das Forças Armadas, Domingo Hernández Lárez, publicou na rede social X uma foto editada em que a líder opositora María Corina aparece – sem que seu rosto seja exibido – diante de um esquema desenhado em um quadro que indicava a eliminação de forças de segurança do país.
A postagem estava acompanhada de palavras do ex-presidente Hugo Chávez, de que “não faltarão os que tentem aproveitar conjunturas difíceis para manter esse empenho de restauração do capitalismo, do neoliberalismo, para acabar com a Pátria”.
A CNN verificou que no vídeo original da transmissão do evento, o quadro está em branco, sem as palavras que aparecem na captura publicada pelo comandante.
A publicação continuou no ar, mesmo após a denúncia da líder opositora, que na ocasião afirmou ser “gravíssimo que oficiais do Alto Comando Militar divulguem informação falsa”, que segundo ela, “eles mesmos sabem que é falsa”, sobre as Forças Armadas.