O Rio Grande do Sul está em alerta para possíveis deslizamentos de terra na região da Serra, conforme informaram os ministros em coletiva na noite deste sábado (11). Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, mais de 40 pontos foram detectados nas proximidades de estradas.
Em função do risco, uma vez que mais temporais estão previstos na região, o trabalho que era feito para retirada de escombros e liberação das rodovias, precisou ser paralisado.
“Nós temos 44 pontos em sua maioria na região da serra porque são áreas que a proteção vegetal ou que já existia, fruto de alguma intervenção, foi levada pela chuva. Então, estamos no alerta. Os estudos técnicos da engenharia dizem que com o grau de encharcada que está a terra, a partir de 60 milímetros, temos risco de novos desabamentos.”
O governo federal apresentou o balanço das ações no estado e atualizou números. Até o momento, foram contabilizados 136 mortos e 756 feridos. Ao todo, 445 municípios foram afetados pelas inundações e 125 pessoas seguem desaparecidas, número que pode aumentar.
Estragos atingiram 110 comunidades indígenas
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara disse que 110 comunidades indígenas foram afetadas pelos estragos, somando 30 mil indígenas atingidos. O governo fará a entrega de 9 mil cestas básicas às famílias, de forma quinzenal.
Apenas 69 municípios solicitam verba emergencial ao governo federal
Durante a coletiva, os ministros destacaram a baixa procura pelos repasses da verba emergencial, que pode chegar a R$ 500 mil para cidades com mais de 100 mil habitantes. O governo flexibilizou uma portaria para acelerar o repasse de recursos destinados à ajuda humanitária a cidades do estado. Segundo o secretário nacional de proteção e defesa civil, Wolnei Wolff Barretos, apenas 69 municípios solicitaram a verba:
“Eu não consigo crer que, nessa altura do campeonato, esses recursos não sejam importantes para que os prefeitos rapidamente consigam comprar os bens para os abrigos, cozinhas comunitárias.”
Novos hospitais de campanha no Rio Grande do Sul
Os ministros também anunciaram a instalação de mais três hospitais de campanha. Os locais ainda serão definidos conforme a necessidade.
Há ainda uma expectativa para que na terça-feira (14), o presidente Lula faça um anúncio à população do Rio Grande do Sul sobre a suspensão da dívida do estado com a União, como uma das medidas de auxiliar na crise. O presidente e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terão uma reunião com o governador Eduardo Leite na segunda-feira. A dívida do Rio Grande do Sul com a União é de cerca de R$ 90 bilhões.
Outra medida, anunciada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, foi a suspensão da revisão de cadastros de beneficiários do Bolsa Família no Rio Grande do Sul. Mais de 252 mil famílias haviam sido convocadas para regularizar os cadastros. O objetivo da suspensão é evitar o bloqueio dos repasses. Assim, aqueles que teriam os pagamentos interrompidos a partir de maio, em razão de não regularização cadastral, seguirão recebendo o Bolsa Família. Além disso, 18 mil famílias gaúchas tiveram o benefício desbloqueado e os pagamentos estarão liberados a partir de 17 de maio. Outras 10 mil tiveram a reversão da ação de cancelamento de benefícios.