A Secretaria de Estado de Saúde Minas Gerais confirmou as duas primeiras mortes por dengue em 2025. O estado ainda tem mais de 3.800 casos confirmados e outras seis mortes em investigação. Uma das principais preocupações das autoridades de saúde é a circulação do sorotipo 3, que pode impulsionar mais infecções pela doença, assim como foi em 2024.
Minas Gerais registrou as duas primeiras mortes por dengue em 2025. Segundo dados do Painel de Monitoramento de casos da Secretaria de Estado de Saúde, outros seis óbitos estão em investigação. Há, ainda, a confirmação de 3.810 casos da doença apenas no primeiro mês do ano, sendo que a estimativa é de ao menos 12.485 infecções prováveis em decorrência da arbovirose no estado.
Com o coeficiente de incidência de casos de 64,1 registros a cada 100 mil habitantes, Minas está entre os 10 estados com mais infecções por dengue neste início de 2025. Até o momento, o Brasil já registra 21 mortes confirmadas e mais de 139 mil casos prováveis.
Atualmente, a maior preocupação do Ministério da Saúde é com a possibilidade de incidência de casos do sorotipo 3 da dengue, uma vez que esse tipo não circulava no país há 15 anos. Segundo a ministra Nísia Trindade, grande parte da população não teve contato com esse sorotipo, o que pode elevar o número de casos.
Como estratégia de combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, o Ministério anunciou que Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana, terão Estações Disseminadoras de Larvicidas, além da expansão do Método Wolbachia, que é uma bactéria que impede a proliferação da dengue dentro do mosquito, e Borrifação Residual Intradomiciliar. As ações serão implementadas antes do período sazonal da dengue, para tentar evitar que 2025 seja marcado por recordes de casos.
Em 2024, Minas registrou a pior epidemia de dengue da história, com 1.141 mortes confirmadas ao longo do ano, além de mais de 1 milhão e 300 mil casos da doença. A explosão de registros da arbovirose ocorreu entre os meses de fevereiro e abril, o que resultou na mobilização de leitos de urgência e hospitais de campanha em BH e em outras cidades do estado para dar conta das hospitalizações.
Além da eliminação dos focos do mosquito, atualmente, a vacinação é a principal forma de prevenir casos graves da doença. Porém, devido à limitação de doses, apenas o público de 10 a 14 anos está sendo imuniznado no SUS. Em BH, a convocação ocorre a partir dos 6 anos.
Na rede particular de saúde, os principais laboratórios do país estão com estoques reduzidos ou esgotados, o que impede a vacinação de novos grupos. Atualmente, as vacinas estão sendo priorizadas para garantir a segunda dose de quem já começou o esquema vacinal. Não há previsão de entrega de novos imunizantes da vacina Qdenga pelo laboratório produtor, já que a prioridade é o abastecimento do SUS.