Aproximadamente dois mil soldados do Exército da Síria cruzaram a fronteira e procuraram refúgio no Iraque, informou Turki Al-Mahlawi, prefeito da cidade de Al-Qaim, à Reuters neste sábado (7).
Algumas das tropas ficaram feridas e estão recebendo tratamento médico, acrescentou.
Partidos governistas muçulmanos xiitas do Iraque e grupos armados avaliam prós e contras de uma intervenção armada na Síria, considerando uma grave ameaça o avanço dos rebeldes islâmicos sunitas.
Forças da oposição do governo sírio afirmam ter tomado o controle da cidade de Daraa, no sudoeste do país, aproximando-se cada vez mais de Damasco, capital da Síria, em uma guerra civil que já dura 13 anos.
O presidente Bashar al-Assad permanece na capital realizando atividades normais, segundo a agência de notícias estatal síria.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.